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terça-feira, 15 de abril de 2014

A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DE EVOLUIR (CONSCIENCIOLOGIA)

Após milênios de conjeturas, suposições, crenças, hipóteses, teorias, teses, desconfianças e esquadrinhamentos os mais complexos e intricados para entender mininamente a lei por trás do processo evolutivo humano, descobrimos, para nossa surpresa, que ele baseia-se simplesmente na condição de nos colocarmos no lugar do outro. Nenhum estratagema teórico, esmiuçado em lousas e papéis, assim como nenhum entendimento filosófico da essência da vida, é capaz de suplantar a necessidade da prática vivencial no aprendizado evolutivo. Nem os belos feitos existenciais, as primorosas intenções educativas e as benéficas atitudes assistenciais servem como privilégio na hora de encarar as reciclagens conscienciais, fundamentais para essa evolução. Posso assegurar, sem medo de equívocos, que ninguém evolui no papel ou por ser um bom samaritano, devotado a toda sorte de carmas e imbuído de amar a vida sem preconceitos. A prática de viver na realidade o que nos falta conhecer é irremediável. Esse mecanismo experimental faz parte da própria essência evolutiva e se trata de um recurso educativo de autoconscientização. Nesta dimensão de pesos e formas, a biografia cronológica se revela apenas uma rama de galho na frondosa árvore holobiográfica, que germinou e fez nascer ao longos dos séculos os frutos da nossa carmática natureza intraconsciencial. A alarmante descoberta de tais frutos, no despertar da recomposição, não atenua-se através de estações nem de ares despoluídos, não se refaz com podas nem com jardinagem, mas por meio da laboriosa tarefa da reconciliação e do experimento de nos colocarmos no lugar do outro, de tudo e de todos aqueles que geraram os frutos amargos da nossa árvore genealógica existencial. Sem a vivência das consequências do nossos erros, jamais saberemos o que de fato precisamos corrigir e o que de fato precisamos conhecer para evoluir. 

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