Na escolha, a consciência encontra o livre-arbítrio e um enorme potencial de mudança. Mas as variáveis que interferem nas nossas decisões representam de fato um desejo de mudança íntima ou são apenas geradas por condições externas preexistentes ?
Criamos a nossa realidade a partir das nossas escolhas. E isso nos leva a concluir que somos hoje o produto mais atual das decisões que tomamos na série de vidas intrafísicas. A evolução humana progride em meio a infinitas possibilidades, numa rede interminável de conexões que nos influenciam em pelo menos 98% das nossas ações. Parece assustador, mas só em aproximadamente 2% das ações que realizamos asseguramos verdadeira autenticidade. Quase a totalidade dos meus pensamentos, das minhas opiniões e dos meus sentimentos sofre, em algum nível, algum grau de influência externa, seja ela intrafísica ou extrafísica, na teia multidimensional.
É certo que absorvemos uma grande quantidade de informações a cada segundo – processamos 400 bilhões de bits de informação por segundo, embora só tenhamos consciência de apenas 2 mil deles – e formulamos nossas opiniões com base sobretudo em valores e princípios. Mas restritos ao esquema intrafísico, ao aceitarmos regras estabelecidas, verdades e dogmas, seguirmos tradições, representarmos culturas e obedecermos leis irremediáveis, inevitavelmente nos entregamos ao status quo do mundo em que vivemos e pouco nos sobra de autenticidade. Passamos a ser produto deste conjunto de informações que absorvemos todos os dias e só nos resta o discernimento para diferenciar o que parece lógico e real do fantástico e irreal, num jogo de certezas e crenças que muitas vezes se confundem nas aparências.
Portanto, quem escolhe ? Quem faz as suas escolhas ? Assumimos de fato as rédeas da nossa vida ?
Usamos o senso crítico para observar a realidade e fazemos escolhas de forma racional ? ou o quanto ainda somos vulneráveis à manipulação e ao controle externo da nossa vida ? Tenho controle sobre o que me deixa triste e sobre o que me deixa feliz ? Quem determina o meu estado de humor ? Quem cria o meu dia ? Observar e perguntar. Eis uma ótima fórmula para se fazer uma escolha razoável. "A melhor maneira de um ser humano se tornar observador é, antes de mais nada, ter a percepção ou a compreensão intelectual de que não temos que fazer sempre as mesmas escolhas, repetidamente" diz o bioquímico americano Joe Dispenza. Realmente. É preciso inovar, buscar novos conhecimentos, flexibilizar, aceitar críticas, reciclar, enfim, causar a neuroplasticidade em algum nível no cérebro. Einstein dizia que se queremos obter resultados diferentes, não podemos seguir fazemos as mesmas escolhas.
Observe, pense, reflita, use o senso crítico e o princípio da descrença: não acredite em nada, tenha suas próprias opiniões e experiências.
show!
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