Bem vindo ao Via Consciência, um blog dedicado à comunicação conscienciológica, onde o ser humano em evolução é o principal tema de pesquisa.
Todos os textos neste blog são de autoria de Mário Luna Filho, salvo aqueles em que a fonte for mencionada. Críticas e comentários são bem vindos.
"Não acredite em nada que ler ou ouvir neste blog. Reflita. Tenha suas próprias opiniões e experiências."
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terça-feira, 25 de fevereiro de 2014
A MAGIA DO CARNAVAL (SOCIEDADE)
O Rio de Janeiro se prepara para mais quatro
dias de folia. O Carnaval de rua segue crescendo em adeptos a cada ano. Não há
muito tempo as ruas do Rio não pareciam nem de perto as ruas de cidades
nordestinas como Salvador e Recife nos dias da
grande festa nacional. Por aqui, tudo se resumia ao desfile das escolas de
samba e aos bailes famosos dos clubes. Salvo em uma meia dúzia de blocos,
poucos se aventuravam a brincar Carnaval nas avenidas do centro e dos bairros.
Hoje a cidade transpira em blocos a cada esquina, o trânsito trata de se
readequar a fim de atender essa massa de foliões saculejantes, que acompanham
fantasiados ou meio nús as bandinhas animadas tocando marchinhas ou castigando
os tambores. Famílias inteiras são vistas na mesma algazarra carnavalesca,
idosos são levados por parentes destemidos, crianças são atadas aos pais para
bricarem com segurança, jovens se embriagam para exibirem a testosterona diante
de moçoilas em pleno cio de quaresma, casais se formam nas ruas, outros se
desfazem, mas há os que compartilham a mesma alegria, ignoram os perigos e se
lançam de mãos dadas nas ladeiras do morro, nas ruas estreitas dos bairros,
assim como nas grandes avenidas fantasiadas para a ocasião. Nos quatro cantos
da cidade, multidões se formam rapidamente nas ruas, se aglomeram em euforia,
se aglutinam no mesmo sofrimento das procissões mais calorosas e saem assim
mesmo, com os seus foliões espremidos uns aos outros, trocando risos e fluídos
na mesma nuvem vaporosa que brota do asfalto fervendo, trespassa os corpos em
movimento e os fazem suar à exaustão, sufocando-os na mesma quimera, até que
aqui e ali uns desmaiam e são carregados para macas, outros perdem os sentidos,
mas se recuperam rapidamente ao som das zabumbas nos ouvidos, alguns caminham à
deriva no teor do álcool que lhes atormenta os miolos, e assim seguem essas
multidões carnavalescas, em todas as horas dos quatro dias de Carnaval, talvez
por algum tempo mais, ou bem mais cedo do que se pensa, brincando, cantando,
tocando, pulando, dançando, bebendo, comendo, namorando, beijando, se amando,
se entorpecendo, vomitando, morrendo, dormindo desfalecidos de cansaço nas
primeiras horas da manhã, para recuperar o fôlego, porque, mais tarde há muito
mais, não querem parar na euforia suicida de pesadas fantasias vestidas sob um
calor dantesco... mas quem se importa? São apenas quatro dias de faz-de-conta,
de pura ilusão. Essa é a magia do Carnaval.
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