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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

HOJE VOU FALAR SOBRE PAZ (COMPORTAMENTO)


Uma onda de problemas típicos da cidade grande cresce na medida em que o mundo se desgoverna. Na segunda-feira passada a Linha Vermelha esteve interditada por conta de um arrastão em massa que aconteceu na primeira hora do horário do rush. Na terça, houve um grande tiroteio no morro Grajaú-Jacarepáguá entre traficantes e policiais, que alterou a rota dos ônibus no começo da noite. Na quarta, a polícia fechou o cerco na avenida Washington Luís, nos arredores do Rio, para interceptar uma quadrilha que se preparava para roubar um carro-forte e no tiroteio, seis mortos ficaram no caminho, em plena tarde carioca. Na quinta, hoje, um novo tiroteio, dessa vez no bairro de Vila Isabel, interditou a avenida que dá acesso ao morro Grajaú-Jacarepaguá por volta das sete de noite. Todos esses eventos diários envolveram dúzias de pessoas, entre poiliciais e bandidos, e outra centena desavisada de civis, que assistia a tudo passivamente, sem saber para onde ir nem o que fazer. Todos eles aconteceram no meio da vida urbana fervilhante, com a cidade se abarrotando de gente de todos os lugares, que chegam às vésperas do Carnaval. Na mesma rotina urbana, passeatas saem à ruas diariamente e o trânsito se modifica a cada dia no centro da cidade, se altera sem explicação nem aviso prévio. Ruas são fechadas em minutos e milhares de pessoas atrasam em horas a ida para o trabalho ou a volta para casa. Uma fila interminável de ônibus se aglomera todas as horas dos dias úteis na principal via de acesso ao centro e lá usuários vêem passar pela janela horas de vida inutilmente, porque preferem esperar dentro dos veículos do que se aventurar a caminhar sob o sol abrasivo deste verão inegociável, com temperaturas acima dos 40°c. Mas o Rio de Janeiro não é só tiroteios nem se resume ao seu trânsito caótico. A cidade se engarrafa por passe de mágica, a população sofre nas ruas, dentro de carros, em ônibus, trens e metrôs, mas uma nova população desembarca em hordes jamais vistas para viver esse mesmo caos, esse mesmo trânsito, essa mesma violência urbana, as mesmas passeatas de injustiçados, o mesmo calor infernal no verão da cidade maravilhosa. Nesse cenário, fica mais fácil pensar em paz, porque ela está escondida em algum lugar, no meio de tudo isso. Ela faz falta e por isso o sonho de obtê-la está sempre presente. Ela é lembrada em outdoors e estampada em camisetas, fala-se de paz na TV e nas rádios, nas rodas de conversa e nos debates políticos, surgem nas manchetes dos jornais e das revistas. A paz está em todos os lugares, nem que seja transfigurada num simples desejo ou numa moeda da sorte. 

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