Bem vindo ao Via Consciência, um blog dedicado à comunicação conscienciológica, onde o ser humano em evolução é o principal tema de pesquisa.

Todos os textos neste blog são de autoria de Mário Luna Filho, salvo aqueles em que a fonte for mencionada. Críticas e comentários são bem vindos.

"Não acredite em nada que ler ou ouvir neste blog. Reflita. Tenha suas próprias opiniões e experiências."

sexta-feira, 25 de abril de 2014

SEM CONVERSA NEM DIREITOS HUMANOS (SOCIEDADE)

A desocupação do prédio da empresa telefônica OI foi cruel, desumana, sem apelação, sem conversa nem direitos humanos, corroborando com a visão capitalista e socialmente preconceituosa de empresas como essa, que, além de encher as burras de dinheiro, trata o ser humano sem qualquer piedade. Num país usurpado pela corrupção desde os tempos do descobrimento, o governo desvia o dinheiro da moradia para as classes pobres, abandona a causa social na mesma medida em que a crueldade se fortalece ao lado da "justiça". A força brutal é um recurso comum usado contra os mais fracos. Paradoxalmente, num país pobre na prática e milionário nos cofres públicos, o preconceito social é plenamente exercido pelas instituições governamentais e empresas capitalistas como essa. Recentemente, na Inglaterra, houve um mando de desapropriação de casas e apartamentos destinados à classe pobre. Todos foram acabar na frente de um juiz para discutir a situação e chegaram ao consenso de dar às famílias um prazo para a mudança, tudo monitorado pelas instituiçõies sociais do governo inglês. Por que diabos nós brasileiros nos tratamos de forma tão desumana? Sinceramente, não dá pra ser patriota sem que esse sentimento seja uma forma de alienação. 

terça-feira, 22 de abril de 2014

MONSTROS DA SOCIEDADE ? (SOCIEDADE)

O caso de menores infratores NÃO é um caso de polícia, mas social. Se essas crianças estivessem numa família instruída e na escola, com alguma perspectiva de vida e longe da bandidagem na vizinhança, o número de menores infratores cairia vertiginosamente. Claro que índole ruim existe, mas a questão social tem o papel de domar esses instintos. O nosso social é falho e cria os seus monstros. Por isso estão todos aí, soltos na rua, abandonados à sorte e para o nosso azar, estão bem do nosso lado, prontos para descarregar a sua revolta no primeiro indivíduo que não teve o mesmo triste destino que eles. A tendência da maioria das pessoas é condenar, jogar quem não deu certo no lixo. Mas essa não é uma atitude cosmoética, mas eugênica. E não esqueçamos: nós criamos os nossos próprios monstros. Quando o Estado não faz o seu papel, a sociedade paga a conta. E quando a sociedade não faz o seu papel, a vida se torna uma roleta russa. Como dizia a minha querida falecida avó, "quem julga por instinto, pensa pelo diabo". 

terça-feira, 15 de abril de 2014

A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DE EVOLUIR (CONSCIENCIOLOGIA)

Após milênios de conjeturas, suposições, crenças, hipóteses, teorias, teses, desconfianças e esquadrinhamentos os mais complexos e intricados para entender mininamente a lei por trás do processo evolutivo humano, descobrimos, para nossa surpresa, que ele baseia-se simplesmente na condição de nos colocarmos no lugar do outro. Nenhum estratagema teórico, esmiuçado em lousas e papéis, assim como nenhum entendimento filosófico da essência da vida, é capaz de suplantar a necessidade da prática vivencial no aprendizado evolutivo. Nem os belos feitos existenciais, as primorosas intenções educativas e as benéficas atitudes assistenciais servem como privilégio na hora de encarar as reciclagens conscienciais, fundamentais para essa evolução. Posso assegurar, sem medo de equívocos, que ninguém evolui no papel ou por ser um bom samaritano, devotado a toda sorte de carmas e imbuído de amar a vida sem preconceitos. A prática de viver na realidade o que nos falta conhecer é irremediável. Esse mecanismo experimental faz parte da própria essência evolutiva e se trata de um recurso educativo de autoconscientização. Nesta dimensão de pesos e formas, a biografia cronológica se revela apenas uma rama de galho na frondosa árvore holobiográfica, que germinou e fez nascer ao longos dos séculos os frutos da nossa carmática natureza intraconsciencial. A alarmante descoberta de tais frutos, no despertar da recomposição, não atenua-se através de estações nem de ares despoluídos, não se refaz com podas nem com jardinagem, mas por meio da laboriosa tarefa da reconciliação e do experimento de nos colocarmos no lugar do outro, de tudo e de todos aqueles que geraram os frutos amargos da nossa árvore genealógica existencial. Sem a vivência das consequências do nossos erros, jamais saberemos o que de fato precisamos corrigir e o que de fato precisamos conhecer para evoluir. 

quarta-feira, 9 de abril de 2014

ENGARRAFAMENTOS (CIDADE)



Com um planejamento urbano feito, muito provavelmente, a goles de cerveja e bicadas em torresmo numa mesa de boteco, o prefeito e sua gente tocam o terror com seus desvarios políticos, visando as Olimpíadas de 2016. Para isso, demoliu viadutos, bloqueou ruas, proibiu transportes públicos de circularem no centro, mudou intinerários e paradas de ônibus sem aviso prévio nem nova sinalização, dividiu ao meio ruas e avenidas, afunilando o já impossível fluxo de carros, de modo que, de qualquer parte da cidade que se chegue ao centro, a vida pára bruscamente num engarrafamento. Assomam-se a tudo isso os inadvertidos problemas do dia-a-dia: estouro de cano na Leopoldina, vazamento de gás no Estácio, fechamento de túneis, panes em sinais de trânsito, protestos em horários do rush e os temerários tiroteios entre policiais e bandidos em plena luz do dia. Dentro dos veículos a vida passa devagar, em doses torturantes, num suplício em primeira marcha que se estende quilometros sem alteração. Verdadeiros cortejos fúnebres de carros, ônibus, caminhão e motos se criam em minutos e atravessam bairros inteiros sem luz no final do túnel nas próximas horas, ganhando contornos de pesadelo na mais perfeita desordem. A exasperação toma conta dos motoristas, inquietos e em erupção, que dirigem com a mão nas buzinas, não para pedir passagem, mas por um simples gesto de loucura. Entretanto, as eternas ambulâncias chegam de todas as partes, trazendo enfermos saculejando dentro delas, ou mesmo vazias, e cortam as filas de carros, que, sem ter para onde irem, sobem as calçadas para dar passagem à urgência médica. Carros de polícia aparecessem com a mesma frequência logo após as ambulâncias, com as suas sirenes luminosas e estridentes, não por estarem em serviço de urgência, mas pelo fato de que uma sirene é tudo o que um carro precisa para não ficar entalado num engarrafamento. Até veículos de empresas de atendimento de gás, eletricidade e reparos urbanos usam o semelhante recurso das sirenes para fugir do desespero. É impossível imaginar um mundo pacificado quando estamos presos num congestionamento. O mundo moderno se dissolve no desperdício de tempo e se transforma de volta no de uma época em que ninguém tinha pressa. O solução é fugir mentalmente para algum lugar longe dali a fim de não enlouquecer de vez; para um lugar onde a tão sonhada paz exista numa via onde tudo flui sem pânico e o mundo não pareça um jogo de vídeogame. 

terça-feira, 1 de abril de 2014

O VALOR DA FELICIDADE (FILOSOFIA)

Queria viver livremente tudo que a vida tem de melhor ao nosso alcance, tudo que podemos fazer sendo feliz, queria viver apenas certas partes de mim, aquelas já recicladas, mas no eterno crescimento, nos renovamos acada segundo, e conhecemos, irremediavelmente, novas partes do nosso universo, algumas escondidas, outras ignoradas pelo nosso olhar vago, umas enganadas pela futilidade, outras mascaradas pelo medo. Queria saber esquecer as horas e o peso dos dias, e, nos mais difíceis, queria deixar a leveza prevalecer e vencer a gravidade dos momentos. Mas o verdadeiro bem estar é um benefício conquistado, o resultado das dificuldades, um efeito cascata do sofrimento no aprendizado evolutivo. Assim ele faz mais sentido e se valoriza, e, por ser volátil, dessa forma o preservamos mais, racionalizamos mais para desfrutá-lo como uma boa champagne, em alguma trégua interior, no esquecimento da voracidade que nos acomete para crescer por meio desse doloroso aprender. A felicidade duradoura surge sem euforia, intimamente, quando sabemos olhar além para tudo que fizemos e ver ali algum tipo de vida germinando e crescendo em outra vida, modificando assim como fomos modificados, educando assim como fomos educados, um ato que circula de maneira ininterrupta num tempo indefinido e num espaço abismal, como uma catraca dessa roldana evolutiva perene, que nos gira como mini-peça de um maxi-mecanismo. Não, a vida não nos cobra pedágios caros, os quais não podemos pagar. Ela nos conhece o suficiente para saber o que podemos bancar. Mas poucos, de fato, a conhecem, por, equivocadamente, buscá-la apenas nos momentos felizes.