Desde dezembro de 2013, tenho realizado experimentos de gravação de áudio extrafísico durante a mobilização básica das energias. O que à princípio parecia improvável de dar certo revelou-se uma prática investigativa de importância única não apenas para o conhecimento do universo extrafísico, mas, sobretudo, para a autopesquisa da minha psicosfera e as relações interdimensionais que norteiam o meu momento evolutivo, através das reciclagens conscienciais necessárias. Ao todo, até o momento, 130 experimentos foram realizados, com uma média de 30 a 40 minutos de gravação por experimentos. O compêndio de informação é gigantesco e já estou escrevendo um livro sobre o assunto que deve sair em 2015.
O experimento consiste basicamente de ligar o gravador do celular, enquanto eu faço a mobilização das energias, prática que se assemelha em alguns aspectos à meditação. Durante a atividade, nada é ouvido, nenhuma voz ou som não identificável é percebido, salvo aqueles observados antes do início do experimento, como barulho de carros na rua, natureza, vizinhança etc., sons, portanto, do mundo físico apenas. Ao fim da mobilização, passo o arquivo de áudio para o computador, amplio o som em 700 vezes, faço o upload deste arquivo para o editor de som, faço uma nova ampliação de som e só então posso ouvir os áudios captados. São inúmeras as captações de vozes e sons extrafísicos não identificados nas gravações. Algumas captações são claras como a voz humana, outras nem tanto e, claro, há muito material cujas vozes não são decifradas. Lancei no meu canal no YouTube o resultado selecionado de 3 experimentos e a intenção é lançar essas gravações na medida em que els são editadas.
A pesquisa de captação de áudios extrafísicops
já gerou alguns benefícios, como (1) um aumento
do parapsiquismo, diga-se, clariaudiência - em alguns momentos, posso ouví-los sem precisar de gravação; (2) a ampliação do
portal - meio de comunicação a partir da dimensão extrafísica: hoje há muitos
mais áudios gravados - vozes audíveis e comunicação em diálogos do que
verificado nos primeiros experimentos; (3) aumento do campo assistencial e da
comunicação propriamente dita: há consciexes que vêm para se comunicar porque
sabem que você irá ouví-las - mensagens, recados etc., para você mesmo,
passaram a ocorrer com mais frequência; (4) ganho de conscientização da sua realidade
multidimensional, com uma atualização sobre você mesmo e o entendimento do seu
contexto existencial; (5) ganho da noção de prioridades com relação à sua
programação existencial; (6) ganho de recurso extrafísico (amparo) para as
reciclagens existenciais; (7) maior intimidade na relação com amparadores,
membros de equipexes etc. - hoje já consegui mapear nomes de consciexes dessas
equipes e já foi possível conversar em tempo real com algumas delas; (8) ganho
de acuidade auditiva - você começa a identificar um áudio extrafísico com
propriedade, pois os reconhece através de padrões de tonalidade, entonação,
volume, rotação etc.; (9) realinhamento pensênico através da conscientização
multidimensional e, para fechar uma lista redonda, (10) o bem estar que essa
comunicação produz no reconhecimento de antigas amizades, a constatação do seu
compromisso com essas equipes de trabalho, a ciência de como um atendimento
extrafísico é feito através das suas energias e os benefícios que esse
tratamento produz nas próprias consciexes.
Todo experimento deve ser feito com MBE
(Mobilização Básica das Energias) para que haja uma intencionalidade hígida
envolvida, isto é, benéfica para o experimentador, através da autopesquisa, e terapêutica para as consciexes,
com a exteriorização das energias. Além disso, a MBE otimiza a produção de
ectoplasma (quanto maior for a exteriorização de energias ectoplásmicas, melhor
será a qualidade dos áudios). Também ressalto que a prática da MBE cria campos
paraterapêuticos, com presença de equipexes que sabem conduzir o atendimento.
Os experimentos não devem ser feitos todos os dias na mesma hora para não
ocorrer a instalação de uma TENEPES (Terapia Energética Pessoal Diária), nem
todos os dias em horários diferentes, para não estabelecer uma pré-TENEPES.
Caso não seja a intenção do experimentador começar a pré-TENEPES, faça os
experimentos em dias alternados, ou algumas vezes por semana, em dias
diferentes, a fim de não criar rotinas com a criação de campos conduzidos por
consciexes em geral. Ao iniciar o experimento, a responsabilidade da evocação
será sua. Por isso, é importante fazê-lo cons fins assistenciais, montando
campos para equipes extrafísicas, obedecendo padrões de posturas de acomodação
no local do experimento, com organização pensênica (pensamentos, sentimentos e
energias adequadas, pacíficas e acolhedoras), boa temperatura (se ligar o ar,
desligue-o durante o experimento ou você não vai ouvir nada pelo barulho da
máquina), isolamento de sons externos (procure as horas do dia mais
silenciosas, feche portas e janelas, desligue a televisão, o som, o rádio,
esconda os animais e os relógios de mesa e parede por causa dos tic-tacs,
observe se há vizinhos falando alto, cantando, barulho de carros na rua, etc.
para não haver contaminação no som - com a ampliação do som, todos os sons
físicos ficam como se estivessem acontecendo dentro do seu quarto!); observe
também os padrões dos áudios antes da montagem de campo (frequência ostensiva
de consciexes que chegam para o tratamento - confusão, balbúrdia), durante a
montagem de campo (momento da chegada de equipexes e organização das consciexes
para o tratamento - acalmia); durante o campo (equipexes e atendidos dialogam -
organização); no encerramento do campo (membros de equipexes conversdam entre
si - observações sobre pacientes e você). Nota final: durante o experimento,
não se ouve nada - silêncio total. Todos os áudios só são audíveis quando
gravados e ampliados. A pesquisa está no início, segue em andamento e muito
ainda precisa ser observado. Tenha as suas próprias experiências.
Bem vindo ao Via Consciência, um blog dedicado à comunicação conscienciológica, onde o ser humano em evolução é o principal tema de pesquisa.
Todos os textos neste blog são de autoria de Mário Luna Filho, salvo aqueles em que a fonte for mencionada. Críticas e comentários são bem vindos.
"Não acredite em nada que ler ou ouvir neste blog. Reflita. Tenha suas próprias opiniões e experiências."
Todos os textos neste blog são de autoria de Mário Luna Filho, salvo aqueles em que a fonte for mencionada. Críticas e comentários são bem vindos.
"Não acredite em nada que ler ou ouvir neste blog. Reflita. Tenha suas próprias opiniões e experiências."
sábado, 10 de maio de 2014
sexta-feira, 25 de abril de 2014
SEM CONVERSA NEM DIREITOS HUMANOS (SOCIEDADE)
A desocupação do prédio da empresa telefônica OI
foi cruel, desumana, sem apelação, sem conversa nem direitos humanos,
corroborando com a visão capitalista e socialmente preconceituosa de empresas
como essa, que, além de encher as burras de
dinheiro, trata o ser humano sem qualquer piedade. Num país usurpado pela
corrupção desde os tempos do descobrimento, o governo desvia o dinheiro da
moradia para as classes pobres, abandona a causa social na mesma medida em que
a crueldade se fortalece ao lado da "justiça". A força brutal é um
recurso comum usado contra os mais fracos. Paradoxalmente, num país pobre na
prática e milionário nos cofres públicos, o preconceito social é plenamente
exercido pelas instituições governamentais e empresas capitalistas como essa.
Recentemente, na Inglaterra, houve um mando de desapropriação de casas e
apartamentos destinados à classe pobre. Todos foram acabar na frente de um juiz
para discutir a situação e chegaram ao consenso de dar às famílias um prazo
para a mudança, tudo monitorado pelas instituiçõies sociais do governo inglês.
Por que diabos nós brasileiros nos tratamos de forma tão desumana?
Sinceramente, não dá pra ser patriota sem que esse sentimento seja uma forma de
alienação.
terça-feira, 22 de abril de 2014
MONSTROS DA SOCIEDADE ? (SOCIEDADE)
O caso de menores infratores NÃO é um caso de
polícia, mas social. Se essas crianças estivessem numa família instruída e na
escola, com alguma perspectiva de vida e longe da bandidagem na vizinhança, o
número de menores infratores cairia vertiginosamente.
Claro que índole ruim existe, mas a questão social tem o papel de domar esses
instintos. O nosso social é falho e cria os seus monstros. Por isso estão todos
aí, soltos na rua, abandonados à sorte e para o nosso azar, estão bem do nosso
lado, prontos para descarregar a sua revolta no primeiro indivíduo que não teve
o mesmo triste destino que eles. A tendência da maioria das pessoas é condenar,
jogar quem não deu certo no lixo. Mas essa não é uma atitude cosmoética, mas
eugênica. E não esqueçamos: nós criamos os nossos próprios monstros. Quando o
Estado não faz o seu papel, a sociedade paga a conta. E quando a sociedade não
faz o seu papel, a vida se torna uma roleta russa. Como dizia a minha querida
falecida avó, "quem julga por instinto, pensa pelo diabo".
terça-feira, 15 de abril de 2014
A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DE EVOLUIR (CONSCIENCIOLOGIA)
Após milênios de conjeturas, suposições,
crenças, hipóteses, teorias, teses, desconfianças e esquadrinhamentos os mais
complexos e intricados para entender mininamente a lei por trás do processo
evolutivo humano, descobrimos, para nossa surpresa,
que ele baseia-se simplesmente na condição de nos colocarmos no lugar do outro.
Nenhum estratagema teórico, esmiuçado em lousas e papéis, assim como nenhum
entendimento filosófico da essência da vida, é capaz de suplantar a necessidade
da prática vivencial no aprendizado evolutivo. Nem os belos feitos
existenciais, as primorosas intenções educativas e as benéficas atitudes
assistenciais servem como privilégio na hora de encarar as reciclagens
conscienciais, fundamentais para essa evolução. Posso assegurar, sem medo de
equívocos, que ninguém evolui no papel ou por ser um bom samaritano, devotado a
toda sorte de carmas e imbuído de amar a vida sem preconceitos. A prática de
viver na realidade o que nos falta conhecer é irremediável. Esse mecanismo
experimental faz parte da própria essência evolutiva e se trata de um recurso
educativo de autoconscientização. Nesta dimensão de pesos e formas, a biografia
cronológica se revela apenas uma rama de galho na frondosa árvore
holobiográfica, que germinou e fez nascer ao longos dos séculos os frutos da
nossa carmática natureza intraconsciencial. A alarmante descoberta de tais
frutos, no despertar da recomposição, não atenua-se através de estações nem de
ares despoluídos, não se refaz com podas nem com jardinagem, mas por meio da
laboriosa tarefa da reconciliação e do experimento de nos colocarmos no lugar
do outro, de tudo e de todos aqueles que geraram os frutos amargos da nossa árvore
genealógica existencial. Sem a vivência das consequências do nossos erros,
jamais saberemos o que de fato precisamos corrigir e o que de fato precisamos
conhecer para evoluir.
quarta-feira, 9 de abril de 2014
ENGARRAFAMENTOS (CIDADE)
Com um planejamento urbano feito, muito provavelmente, a goles de cerveja e bicadas em torresmo numa mesa de boteco, o prefeito e sua gente tocam o terror com seus desvarios políticos, visando as Olimpíadas de 2016. Para isso, demoliu viadutos, bloqueou ruas, proibiu transportes públicos de circularem no centro, mudou intinerários e paradas de ônibus sem aviso prévio nem nova sinalização, dividiu ao meio ruas e avenidas, afunilando o já impossível fluxo de carros, de modo que, de qualquer parte da cidade que se chegue ao centro, a vida pára bruscamente num engarrafamento. Assomam-se a tudo isso os inadvertidos problemas do dia-a-dia: estouro de cano na Leopoldina, vazamento de gás no Estácio, fechamento de túneis, panes em sinais de trânsito, protestos em horários do rush e os temerários tiroteios entre policiais e bandidos em plena luz do dia. Dentro dos veículos a vida passa devagar, em doses torturantes, num suplício em primeira marcha que se estende quilometros sem alteração. Verdadeiros cortejos fúnebres de carros, ônibus, caminhão e motos se criam em minutos e atravessam bairros inteiros sem luz no final do túnel nas próximas horas, ganhando contornos de pesadelo na mais perfeita desordem. A exasperação toma conta dos motoristas, inquietos e em erupção, que dirigem com a mão nas buzinas, não para pedir passagem, mas por um simples gesto de loucura. Entretanto, as eternas ambulâncias chegam de todas as partes, trazendo enfermos saculejando dentro delas, ou mesmo vazias, e cortam as filas de carros, que, sem ter para onde irem, sobem as calçadas para dar passagem à urgência médica. Carros de polícia aparecessem com a mesma frequência logo após as ambulâncias, com as suas sirenes luminosas e estridentes, não por estarem em serviço de urgência, mas pelo fato de que uma sirene é tudo o que um carro precisa para não ficar entalado num engarrafamento. Até veículos de empresas de atendimento de gás, eletricidade e reparos urbanos usam o semelhante recurso das sirenes para fugir do desespero. É impossível imaginar um mundo pacificado quando estamos presos num congestionamento. O mundo moderno se dissolve no desperdício de tempo e se transforma de volta no de uma época em que ninguém tinha pressa. O solução é fugir mentalmente para algum lugar longe dali a fim de não enlouquecer de vez; para um lugar onde a tão sonhada paz exista numa via onde tudo flui sem pânico e o mundo não pareça um jogo de vídeogame.
terça-feira, 1 de abril de 2014
O VALOR DA FELICIDADE (FILOSOFIA)
Queria viver livremente tudo que a vida tem de
melhor ao nosso alcance, tudo que podemos fazer sendo feliz, queria viver
apenas certas partes de mim, aquelas já recicladas, mas no eterno crescimento,
nos renovamos acada segundo, e conhecemos,
irremediavelmente, novas partes do nosso universo, algumas escondidas, outras
ignoradas pelo nosso olhar vago, umas enganadas pela futilidade, outras
mascaradas pelo medo. Queria saber esquecer as horas e o peso dos dias, e, nos
mais difíceis, queria deixar a leveza prevalecer e vencer a gravidade dos
momentos. Mas o verdadeiro bem estar é um benefício conquistado, o resultado
das dificuldades, um efeito cascata do sofrimento no aprendizado evolutivo.
Assim ele faz mais sentido e se valoriza, e, por ser volátil, dessa forma o
preservamos mais, racionalizamos mais para desfrutá-lo como uma boa champagne,
em alguma trégua interior, no esquecimento da voracidade que nos acomete para
crescer por meio desse doloroso aprender. A felicidade duradoura surge sem
euforia, intimamente, quando sabemos olhar além para tudo que fizemos e ver ali
algum tipo de vida germinando e crescendo em outra vida, modificando assim como
fomos modificados, educando assim como fomos educados, um ato que circula de
maneira ininterrupta num tempo indefinido e num espaço abismal, como uma
catraca dessa roldana evolutiva perene, que nos gira como mini-peça de um
maxi-mecanismo. Não, a vida não nos cobra pedágios caros, os quais não podemos
pagar. Ela nos conhece o suficiente para saber o que podemos bancar. Mas
poucos, de fato, a conhecem, por, equivocadamente, buscá-la apenas nos momentos
felizes.
quinta-feira, 20 de março de 2014
A MORTE É A ÚNICA FALTA DE ESCOLHA (FILOSOFIA)
Pensamos que a vida perde o sentido na ausência
do amor, na falta do dinheiro, de perspectivas, na realidade de uma fracasso,
na perda de direção, na carência da visão, na deseducação espiritual, no materialismo, no engano do alívio, no arroubo do desespero,
na loucura e na insanidade, mas vemos famosos, ricos, milionários, celebridades
bem sucedidas, artistas talentosos, com carreiras promissoras, mestres e
intelectuais, uma chusma de gente inteligente, líderes e que fazem a diferença
tirando a própria vida minados por vícios, desilusões, cegueiras,
desconhecimentos, doenças, e então pensamos: o que faz a morte uma escolha? E o
que nos mantém vivos? O estímulo e o prazer? A realização e o reconhecimento? A
satisfação sobre o que se faz? A demência e a resignação? O comodismo? O medo
do desconhecido? A espiritualidade? A noção transcendental? o conhecimento da
continuidade da vida? A ciência do sofrimento? Por que a vida às vezes parece
assustadora e a morte sedutora? O que move essa decisão intrinsecamente? Se a
morte é inevitável porque abreviá-la às vezes tão cedo? A escolha da morte
ainda é um mistério da mente humana, um desejo insondável, a única falta de
escolha.
quarta-feira, 12 de março de 2014
NÃO SABEMOS O QUE CONHECEMOS (CIÊNCIA)
O que nós sabemos que conhecemos? O que nós
sabemos que não conhecemos? E o que nós não sabemos que não conhecemos? Isto é,
o que podemos falar com propriedade? O que não podemos falar com propriedade? E
o que pensamos que podemos falar com propriedade?Considerando
que a mente humana absorve apenas 2 mil bits de informação em 400 bilhões de
bits que recebemos da vida por segundo, sabemos bem mais do que suponhamos.
Tudo é absorvido pela mente. Quando lucidamente rejeitamos novos
conhecimentos, a nossa mente desacelera, porque não há recurso neuronial capaz
de reconhecer todas as coisas absorvidas na realidade. Como podemos saber tudo
sobre todas as coisas que vivenciamos? Como expandir a nossa capacidade de
observar e entender o mundo à nossa volta? Não sendo possível, o que não está
ao nosso alcance? Entender as múltiplas dimensões da vida é descobrir infinitas
possibilidades de alterar a realidade humana. Ignorar esta capacidade é
subestimar os atributos do cérebro e viver à margem da verdadeira realidade. O
mundo evolui a cada milésimo de segundo, nossas necessidades também, mas o
restringimento físico é o algoz da real sabedoria. Apesar de tudo, seguimos nos
contentando com o tangível, o visível, o palpável, o material, o que representa
uma ínfina parte de tudo que compõe a vida. Isso nos leva a conclusão de que o
ser humano se habituou a se encher de perguntas ao invés de descobrir
respostas. Quais são as minhas verdadeiras possibilidades? Talvez uma resposta
clara tornasse o mundo mais claro, mais humano, mais terrestre e mais pacífico.
(Texto baseado no livro "Quem Somos Nós", ED. Prestígio, 2007).
terça-feira, 11 de março de 2014
AINDA SOMOS HOMENS DAS CAVERNAS (EVOLUÇÃO)
Desde os tempos em que se assava mamutes e
tigres de sabre nas refeições e se vivia em cavernas, o ser humano neste
planeta não foi criado para conviver em outra dimensão além da física. O mundo
ainda se descortinava com suas novidades e abria
lentamente o seu leque de possibilidades de existências. Aos poucos, a mente
humana foi absorvendo o conteúdo da vida diária, aprendendo com ela e
conquistou habilidades para lidar com a sobrevivência. A mente se moldou ao que
ela podia enxergar, criou necessidades e gerou com isso eras de descobrimento.
Os seres humanos então habituaram-se tão ferozmente à essa vida prática, que as
propriedades transcendentais do cérebro caíram em desuso e se deixaram vencer
pelo enfado anímico. Novas gerações surgiram nos séculos seguintes e o
restringimento físico se consolidou de vez. Alguns historiadores garantem que o
caçador primitivo, entre outras motivações, desenhava a presa na parede da
caverna antevendo o sucesso da caça (intuição). Posteriormente, adquiriu o
ritual de enterrar os mortos e nomeou as forças da natureza que desconhecia,
dando origem à primeira tentativa de compreensão da realidade, o que chamamos
de mito. Então surgiu o transcendental, o místico. Porém, possivelmente, ele já
surgiu como algo assombroso e polêmico, pois fora com tais características que
ele percorreu milênios até os dias de hoje como alvo de intenso massacre. O que
aparentava atender a um processo evolutivo natural, a magia foi condenada,
punida, massacrada e execrada da face da Terra como uma prática herege, quando
as religiões passaram a comandar o planeta. Paradoxalmente, o homem amadurecia
o espírito, mas desprezava os atributos desta mesma entidade e bania o que
estabelecia a sua conexão multidimensional. Nos dias de hoje o parapsiquismo é
uma habilidade amedrontada, negada, escondida, evitada ao ponto de, obrigatoriamente,
ser reconquistada, quiçás, recriada no universo consciencial. E então, aqueles
que recuperaram o privilégio de quebrar as barreiras das multiplas dimensões
não evitam, infelizmente, considerar o quanto o ser humano mantém o seu lado
cavernoso intacto, aquele mesmo que adorava os bisões rupestres e criava deuses
para os proteger. Lá nas cavernas, milênios atrás, deixando nos dias de hoje a
seguinte conclusão: ignorar a vida além da matéria e adorar deuses são
necessidades primitivas.
segunda-feira, 3 de março de 2014
BRASIL ENTRA NA ERA NEOLÍTICA (POLÍTICA)
O gigante foi acordado com uma pedrada na cabeça
e, ao levantar-ser, deu início à uma nova era para o país: o Período Neolítico.
Desde que deixamos o Período Militar Obrigatório e entramos na Era da Pseudodemocracia Capitalista, nunca vimos uma época de tantas
novidades. Veio a virada econômica do Fernando Henrique e a fase da Pedra
Lascada do Lula e sua corte de pandilheiros, carregando dinheiro onde podiam,
até em cuecas, mas colocando sabe-se lá como o gigante nos melhores drafts
econômicos mundiais. Hoje, ser a sexta economia do mundo não nos diz nada
absolutamente, nem dá ao povo benefício algum que evite protesto, porque entre
as dez mais, não há um país sequer com uma gigantesca diferença social como a
nossa, ainda dirigido por um regime plutocrata bisonho - salvo na África, onde
ele é bem comum. A sociedade também se contorce com as mudanças. Hoje Igrejas
se tornaram empresas com relatórios de lucros e prejuízos e marketing share,
produzindo riquezas astronômicas, mas continuam ditando os mesmos
comportamentos da Era A.C. A onda conservadora que embota a nossa sociedade,
retroalimentada por esse desmando religioso, já não provoca tsunamis como
antes, mas mantém o povo em marés rasas. O que se aprende não se aplica, porque
a vida moderna mudou de maneira rápida demais e as novas formas de ver e entender
a vida ainda não foram assimiladas. Por conta desta visão rupestre
generalizada, ainda se cria celeumas sobre beijos homossexuais, por exemplo.
Navegar na internet hoje é ler sobre esse beijo da novela em todas as redes de
notícias. O assunto ganhou contornos acadêmicos dramáticos, com análises
antropológicas as mais diversificadas e discussões filosóficas sobre o amor
dignas da Escola de Frankfurt e dos compêndios Jungianos/Freudianos. Bem, a
pedrada foi certeira. Agora só nos resta torcer para que essa pedra não nos
tranforme em Sísifos. Afinal de contas, estamos entrando na Era da Pedra Nova!
sábado, 1 de março de 2014
A VIDA NÃO É UMA FESTA (CONSCIENCIOLOGIA)
A vida não é uma festa; é um local de trabalho. Tampouco ela pode servir como uma idílica
ilustração da realidade nas propagandas de margarina ou nas imaculadas
paisagens dos comerciais de sabão em pó. A vida começa ao fim do recesso intermissivo, momento em que nos reprogramamos para mais uma
pesada carga horária intrafísica, ao lado de chefes rigorosos que cruzam
portais para nos cobrar as promessas que esquecemos, quando pensamos que a vida
é uma pândega de comensais, muito embora ela mereça ser celebrada. Em qual
outro lugar poderiam os nossos defeitos ser tão aparentes? Em que outra paragem
cósmica estaríamos frente a frente com os nossos dissabores? Em qual outra
circunstância veríamos nossos pesadelos vencer os sonhos na urgência do
despertar da consciência? A vida ensina que o que precisamos é mais importante
do que aquilo que queremos, porque essa regra deve ter sido criada por algum
mestre astuto e experiente com consciências arrebatadas pelo hedonismo. Quando
nos entregam o cartão de ponto, pensamos se tratar de um crachá com passe livre
na área VIP. Muitos se descabelam ao ver que tem nas mãos uma vassoura e não
uma garrafa de champagne. A faxina é grande, e a cada dia levamos essas
vassouradas na medida em que percebemos o quanto temos que limpar, esfregar,
assear, varrer e lavar o nosso espaço, desembaraçar nós seculares, lustrar
nossas qualidades, tirar ferrugem, lodo e mofo do pensamento, remover crostas
de gorduras envelhecidas de comportamentos, restos de comida fossilizada, que
ficaram dos banquetes de outrora, manchas de sangue milenares, que ficaram encardidas
na falta de reconciliação, nódoas perpetuadas no esquecimento de quem largamos
no meio do caminho, e toda uma sorte de poeiras que ficaram suspensas no tempo,
ofuscando a visão de uma verdadeira casta de renegados que ignoramos regastar.
Não, a vida não é uma festa; é uma fábrica onde trabalhamos muito duramente
como mini-peças de uma enorme engrenagem. A vida também não é um destino de
férias e não vivemos em plena alta estação. Aqui as promoções só acontecem no
inverno, quando é hora de largar o serviço e voltar para casa.
sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014
HOJE VOU FALAR SOBRE PAZ (COMPORTAMENTO)
Uma onda de problemas típicos da cidade grande cresce na medida em que o mundo se desgoverna. Na segunda-feira passada a Linha Vermelha esteve interditada por conta de um arrastão em massa que aconteceu na primeira hora do horário do rush. Na terça, houve um grande tiroteio no morro Grajaú-Jacarepáguá entre traficantes e policiais, que alterou a rota dos ônibus no começo da noite. Na quarta, a polícia fechou o cerco na avenida Washington Luís, nos arredores do Rio, para interceptar uma quadrilha que se preparava para roubar um carro-forte e no tiroteio, seis mortos ficaram no caminho, em plena tarde carioca. Na quinta, hoje, um novo tiroteio, dessa vez no bairro de Vila Isabel, interditou a avenida que dá acesso ao morro Grajaú-Jacarepaguá por volta das sete de noite. Todos esses eventos diários envolveram dúzias de pessoas, entre poiliciais e bandidos, e outra centena desavisada de civis, que assistia a tudo passivamente, sem saber para onde ir nem o que fazer. Todos eles aconteceram no meio da vida urbana fervilhante, com a cidade se abarrotando de gente de todos os lugares, que chegam às vésperas do Carnaval. Na mesma rotina urbana, passeatas saem à ruas diariamente e o trânsito se modifica a cada dia no centro da cidade, se altera sem explicação nem aviso prévio. Ruas são fechadas em minutos e milhares de pessoas atrasam em horas a ida para o trabalho ou a volta para casa. Uma fila interminável de ônibus se aglomera todas as horas dos dias úteis na principal via de acesso ao centro e lá usuários vêem passar pela janela horas de vida inutilmente, porque preferem esperar dentro dos veículos do que se aventurar a caminhar sob o sol abrasivo deste verão inegociável, com temperaturas acima dos 40°c. Mas o Rio de Janeiro não é só tiroteios nem se resume ao seu trânsito caótico. A cidade se engarrafa por passe de mágica, a população sofre nas ruas, dentro de carros, em ônibus, trens e metrôs, mas uma nova população desembarca em hordes jamais vistas para viver esse mesmo caos, esse mesmo trânsito, essa mesma violência urbana, as mesmas passeatas de injustiçados, o mesmo calor infernal no verão da cidade maravilhosa. Nesse cenário, fica mais fácil pensar em paz, porque ela está escondida em algum lugar, no meio de tudo isso. Ela faz falta e por isso o sonho de obtê-la está sempre presente. Ela é lembrada em outdoors e estampada em camisetas, fala-se de paz na TV e nas rádios, nas rodas de conversa e nos debates políticos, surgem nas manchetes dos jornais e das revistas. A paz está em todos os lugares, nem que seja transfigurada num simples desejo ou numa moeda da sorte.
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UM MUNDO IMAGINADO (FILOSOFIA)
Imaginar é saudável. Já
imaginaram um mundo onde não houvesse preconceito, repressão, opressão, onde o
amor fosse válido para todos, sem importar o gênero do amante, onde o poder não
precisasse de guerras, nem a ganância impusesse a violência e o roubo, onde os
mais velhos fossem respeitados por representar o que conquistamos, onde as
crianças fossem educadas pluridimensionalmente, onde a vida fosse valorizada e
respeitada de uma forma holística e onde todos vivessem e deixassem viver? O
que nós estamos fazendo para construir esse mundo?
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
LER FAZ BEM À EVOLUÇÃO (EDUCAÇÃO)
É sabido e notório, por experiência própria,
que, se você perguntar a qualquer pessoa (mesmo de nível universitário), se ela
tem o hábito da leitura, não vai haver um que negue. Mas, basta você começar a
conversar sobre cultura geral e assuntos os mais
variados para perceber que a maioria não está dizendo a verdade. Nem mesmo o
vocabulário usado, normalmente, condiz com aquele que de um leitor se espera,
porque a educação pela leitura foi imposta e não incutida no hábito. Mas o
problema é antigo: muitos brasileiros foram do analfabetismo à TV sem passar na
biblioteca. Nas escolas, os livros clássicos se tornaram um terror para muitos
jovens que poderiam ser futuros leitores, caso os livros da grade escolar
tivessem o papel de seduzir pelo prazer da leitura. Mas isso não aconteceu e
nem acontece até hoje. O hábito da leitura falta de uma maneira geral, não apenas
com relação a livros, mas também à leitura de jornais, revistas, sites na
internet e até aqui no Facebook. Ouço, às vezes, as pessoas dizerem sobre um
texto de algumas linhas, "nossa, que texto grande!". Como assim???
Não há uma biografia que se preze com menos de 300 páginas. Como pode achar um
"texto de lingueta" grande??? A falta de leitura também não faz um
escritor. Ao contrário, um escritor surge a partir da leitura. Talvez por isso
tantas pessoas sintam dificuldade para escrever. Uma outra falácia! "Ah,
mas eu não leio literatura". Mas deveria!!! A boa literatura ensina
português, o uso da palavra, enriquece o vocabulário, apresenta técnicas de
abordagem, métodos de argumentação, estruturas de apresentação, o domínio da
colocação etc. Ah... e esse texto está grande de propósito! Mas se ele fizer um
leitor em potencial começar a ler, já vou ficar feliz.
terça-feira, 25 de fevereiro de 2014
A MAGIA DO CARNAVAL (SOCIEDADE)
O Rio de Janeiro se prepara para mais quatro
dias de folia. O Carnaval de rua segue crescendo em adeptos a cada ano. Não há
muito tempo as ruas do Rio não pareciam nem de perto as ruas de cidades
nordestinas como Salvador e Recife nos dias da
grande festa nacional. Por aqui, tudo se resumia ao desfile das escolas de
samba e aos bailes famosos dos clubes. Salvo em uma meia dúzia de blocos,
poucos se aventuravam a brincar Carnaval nas avenidas do centro e dos bairros.
Hoje a cidade transpira em blocos a cada esquina, o trânsito trata de se
readequar a fim de atender essa massa de foliões saculejantes, que acompanham
fantasiados ou meio nús as bandinhas animadas tocando marchinhas ou castigando
os tambores. Famílias inteiras são vistas na mesma algazarra carnavalesca,
idosos são levados por parentes destemidos, crianças são atadas aos pais para
bricarem com segurança, jovens se embriagam para exibirem a testosterona diante
de moçoilas em pleno cio de quaresma, casais se formam nas ruas, outros se
desfazem, mas há os que compartilham a mesma alegria, ignoram os perigos e se
lançam de mãos dadas nas ladeiras do morro, nas ruas estreitas dos bairros,
assim como nas grandes avenidas fantasiadas para a ocasião. Nos quatro cantos
da cidade, multidões se formam rapidamente nas ruas, se aglomeram em euforia,
se aglutinam no mesmo sofrimento das procissões mais calorosas e saem assim
mesmo, com os seus foliões espremidos uns aos outros, trocando risos e fluídos
na mesma nuvem vaporosa que brota do asfalto fervendo, trespassa os corpos em
movimento e os fazem suar à exaustão, sufocando-os na mesma quimera, até que
aqui e ali uns desmaiam e são carregados para macas, outros perdem os sentidos,
mas se recuperam rapidamente ao som das zabumbas nos ouvidos, alguns caminham à
deriva no teor do álcool que lhes atormenta os miolos, e assim seguem essas
multidões carnavalescas, em todas as horas dos quatro dias de Carnaval, talvez
por algum tempo mais, ou bem mais cedo do que se pensa, brincando, cantando,
tocando, pulando, dançando, bebendo, comendo, namorando, beijando, se amando,
se entorpecendo, vomitando, morrendo, dormindo desfalecidos de cansaço nas
primeiras horas da manhã, para recuperar o fôlego, porque, mais tarde há muito
mais, não querem parar na euforia suicida de pesadas fantasias vestidas sob um
calor dantesco... mas quem se importa? São apenas quatro dias de faz-de-conta,
de pura ilusão. Essa é a magia do Carnaval.
terça-feira, 4 de fevereiro de 2014
ESCREVI SOBRE O INEVITÁVEL: A COPA DO MUNDO NO BRASIL (COMPORTAMENTO)
Gente, essa coisa de fazer uma Copa do Mundo no
Brasil é uma palhaçada... Todo mundo diz que esse país é gigante, mas esse
gigante tá todo cheio de problema por dentro. Ele tem reumatismo social, pressão alta no sistema de saúde, cirrose cultural,
bipolaridade na segurança e ainda tem dupla personalidade política, que nem
terapia Gestalt dá jeito. Tá todo ferrado por dentro... é gigante no tamanho,
mas ninguém vai levar esses jogadores pra jogar no meio da Floresta Amazônica,
nas praias, nas chapadas, nos pampas, nos cafezais, nas matas atlânticas, no
meio dos pés de cana de açúcar... Não vão. Vão todos para esses estádios
milionários no orçamento e acabamento de quinta, porque os politicopatas estão
todos ricos agora, cheios de verbas desviadas. O Pelé falou que esses desvios o
turismo recupera. Ou seja, os gringos recuperam, porque os brasileiros mesmo
não recuperam nada. Eu acho(, gente,) que Copa do Mundo deveria ser feita só em
país que ocupasse, pelo menos, até a 30° posição no ranking de Renda Per Capita
no mundo, de pelo menos USD 30.000. O Brasil ocupa a 54° posição no mundo, com USD
12.789 - é uma pobreza, e ainda com uma diferença social que põe qualquer filme
de terror no chinelo. Sabe o quê? Essa Copa vai ser como o filme Jogos Mortais
I, II e III (só vai até aí, né?). Ainda bem. Mortais porque nos hospitais tem
uma penca de gente morrendo por falta de atendimento, há famílias vivendo
abaixo da linha de pobreza morrendo de fome, gente morrendo tomando bala
perdida ou direta mesmo, gente morrendo dentro dos estádios no meio da
pancadaria, gente morrendo por falta de emprego, gente morrendo no trânsito,
que é uma loucura! Então, como é que pode uma Copa ser sediada num lugar assim?
É a mesma coisa que a gente comprar uma Mercedes pra pagar com o cheque
especial. Não dá.
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014
ENTRE MORTOS EFERIDOS, ESCAPOU-SE A PRUDÊNCIA (CIDADE)
Acidentes acontecem sob os mais diversos motivos
em qualquer parte do mundo e impressiona quando alguns deles acontecem
superando todas as barreiras da evitação. Parece que a inevitabilidade de uma
catástrofe vai levá-la a cabo não importa o que se faça para conter o arroubo
do destino. Não há negociação com ele. Esse foi o caso deste acidente com a
carreta na Linha Amarela, no Rio de Janeiro, hoje pela manhã. O motorista
dirige por mais de 3km com a caçamba levantada, sem que nenhum motorista do seu
lado o avise do fato (aqui se avisa quando a porta do carro está aberta), nem
qualquer interceptação por parte da LAMSA, administradora da via, ou da Polícia
Militar (PM), freie este "ensandecido" motorista. Imagino que isto
seria possível porque interceptações acontecem, frequentemente, nesta via pela
PM, quando, por exemplo, um carro está com o emplacamento vencido. Não houve
hoje. Tampouco as cameras de vigilância da via parecem ter alguma finalidade
séria - não esqueçamos que o motorista dirigiu por mais de 3km com a caçamba
levantada e foi captado por pelo menos 4 cameras e NADA foi feito. A pergunta
é: há alguém vendo essas cameras 24h por dia, como é de se esperar? Bem, se há,
hoje, essa pessoa devia estar dormindo às 9 da manhã. Se não há, então, a sua
finalidade é servir apenas para filmar acidentes ou justificar o recolhimento
de multas por parte da PM por emplacamentos vencidos. Outra coisa: como sempre,
moradores da vizinhança fazem o papel das equipes de resgates. Hoje, a demora
dessas equipes custou a vida de uma das vítimas. Lamentável para uma
administradora que cobra R$ 5,50 por carro e recolhe milhões de reais por mês
com isso.
quinta-feira, 30 de janeiro de 2014
CINCO VIDAS, UM CELULAR E UMA ENORME ONDA DE ATRAÇÃO (COMPORTAMENTO)
Luiz Fernando Costa, motorista da carreta,
confessou hoje à polícia que estava falando ao celular no momento em que a
caçamba se chocou com a passarela na última terça-feira, às 9 da manhã, na Linha Amarela, no Rio de Janeiro, tirando a vida
de 5 pessoas - mais uma vítima morreu esta tarde. Uma distração duramente
explicada. Mas é difícil entender com que força a imprudência de um indivíduo
determina o destino de cinco vidas. Talvez tivéssemos que recorrer à Física
Quântica para buscar uma resposta física em alguma lei de atração e repulsão,
que se move num comprimento de onda de luz (wavelength), antes de um evento colapsar
na nossa realidade. Fico imaginando o evento se formando naquela passarela,
encerrando o espaço numa densa bolha magnética de energia, no momento em que o
motorista pega o celular e começa a falar, e a sua caçamba, por alguma outra
força misteriosa, se auto-ejeta, "por vontade própria", e o caminhão
segue uma trajetória fatal, sem que nada nem ninguém no trajeto possa conter o
ímpeto dessa combustão irremediável do destino. Em meio a esse encarceramento
energético, arremessando partículas de atração na extensão daquela via, cinco
consciências são então fisgadas para o fim, envolvidas nessa massa de energia,
possivelmente conduzidas por suas histórias pessoais e vulnerabilidades
carmáticas, numa conclusão de vida que beira o inacreditável e nos mostra que,
por mais que haja uma razão para a existência de qualquer evento no universo,
nossos sentidos lutam para encontrar (e entender) esta razão inexorável.
Rapidamente lançamos tantas perguntas no papel, sem, na verdade, a intenção de
obter respostas por precaução de que a vida nos enlinhe os miolos.
terça-feira, 28 de janeiro de 2014
VICIADOS EM FILAS (COMPORTAMENTO)
A fila se tornou no Brasil um hábito rotineiro e
muitos encontram prazer nela porque, simplesmente, é o momento em que é
permitido não se fazer nada absolutamente com uma boa justificativa. Ali, o
gânglio basal, órgão responsável pelos nossos atos
repetitivos, reduz em 90% o seu funcionamento. Tudo fica na antesala da inércia
total. Cabe apenas ao gânglio fazer-nos dar alguns passos de vez em quando e
só. Na verdade, adoramos fazer fila, esperar e esperar. Nem os médicos
particulares atendem nos horários marcados e fazem os pacientes esperarem, às
vezes horas! Bem, leia-se "adoramos" na medida em que sou brasileiro,
mas esqueçam me incluir nessa de fileiro; eu odeio filas. Não entro sem uma
necessidade miserável, e só com um jornal ou um livro, porque a vida é curta
para perdê-la cruelmente numa fila. Tempo é valioso. Um amigo me contou que, em
Nova Iorque, ele viu um cara ser catapultado do caixa eletrônico do banco,
porque a criatura decidiu ler o extrato em frente à máquina, quando já tinha
terminado a sua operação. Um fileiro foi lá e deu um safanão nele, porque havia
pessoas esperando para usar o caixa. Hoje, no caixa da padaria, a caixa decidiu
organizar as suas moedas e deixou um fila de clientes em pé, esperando que ela
terminasse de fazer, calmamente, esta operação. Como estava na minha vez,
decidi despertá-la deste torpor matinal domingueiro... não acho que ela tenha
gostado. Queria seguir ali, contando as moedinhas, calmamente, porque ela fazia
aquilo com o gânglio basal.
sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
AS REDES SOCIAIS (COMPORTAMENTO)
Não tenho esperança de que todos os aceites de
amizade no Facebook venham de pessoas do mesmo grupo intelectual, cultural e
social. A sensação de dissintonia é perene e o
deslocamento inevitável. Porém, saber lidar com as diferenças talvez seja o
grande segredo da convivência evolucionária neste nosso planeta. Os interesses,
em geral, são tão simples que me pergunto como se consegue achar graça na vida
sem usar o pensamento. Na verdade, paradoxalmente, isso se torna uma vantagem
na comunicação, pois é aqui que encontramos chances para educar e fazer
desenvolver. A grande questão não vem das diferenças na convivialidade - isso é
um valor; a grande questão é, onde estão os nossos amigos? Não digo aqueles com
quem trabalhamos, estudamos, compartilhamos momentos, voluntariamos, ensinamos,
brincamos, dividimos quartos, convivemos de alguma maneira. A palavra amigo
aqui vem da paraprocedência, aquele lugar de onde viemos antes mesmo de termos
nascido. Onde estão aqueles com quem nos afinizamos em ideias e interesses,
compartilhamos informações que ambas as partes valorizam e movemos algo adiante
que nos fortalece por dentro e por fora? A prática mostra que eles não estão em
nenhum lugar em particular, não estão ligados a nada específico e nem se guiam
pela lógica; eles brotam de onde menos se espera. Surgem "do nada" para
ser "tudo". Contabilizando o número de pessoas que conhecemos, talvez
nos frustre saber que esse "nosso povo", no sentido intrínseco da
palavra, aparece aos poucos, em minorias, um aqui outro ali, mas, nessa
contabilidade, eles crescem em valor e representam o resultado daquilo que
realmente precisamos e do que, de fato, sentimos falta e buscamos. O verdadeiro
amigo não é aquele que está sempre disponível quando precisamos dele. Mas
aquele cujas ideias não apenas compartilhamos e valorizamos, mas, sobretudo,
nos fazem crescer. Um texto em homenagem aos verdadeiros amigos do Facebook e
de qualquer outro lugar!
quarta-feira, 8 de janeiro de 2014
UMA REFORMA URGENTE (COMPORTAMENTO)
Quando o escritor gaúcho Érico Veríssimo disse
numa entrevista no começo dos anos 60 que a única reforma necessária no Brasil
seria a reforma de caráter ele não só se referia à uma necessidade do povo
brasileiro,como responsável pelos seus governantes,
como também apontava o ponto crítico da própria política brasileira. Sem
dúvida, foi uma frase atemporal, pois até hoje essa reforma ainda não foi
feita. Por outro lado, diferente da formação política brasileira, originada na
derrocada lusitana, ao tentar povoar o país com a escória portuguesa, o que nos
deixou um legado moralmente lamentável, a sociedade se salva na mistura de
raças. Um país povoado essencialmente por índios, e que importou 38% dos
escravos comercializados nas Américas, se torna, ao longo do tempo, uma nação
Iorubá mesclada com o puritanismo indígena, pois, na mesma medida em que o
Brasil adotou a alma africana, absorveu também a natureza tribal, gerando o que
hoje temos como a essência do comportamento do povo brasileiro - pacífico,
alegre, cultural, festivo, ingênuo, familiar, místico e acolhedor. Um povo
espirituoso, que gosta de festa, música, dança, comida, misticismo e da
convivialidade. Esse espírito brasileiro autêntico é ímpar e valioso. Porém, há
grandes questionamentos sobre o quanto o processo civilizatório mudaria esse
comportamento tão original e hospitaleiro do povo brasileiro. O quanto nos
tornar uma nação devidamente educada e politicamente crítica transformaria a
alma brasileira em algo mais triste e frio, como são, em regra geral, as
sociedades do primeiro mundo? Acredito que podemos unir os dois lados da moeda
através da compreensão de cidadania. Uma mudança-chave no processo socialmente
educador.
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