Bem vindo ao Via Consciência, um blog dedicado à comunicação conscienciológica, onde o ser humano em evolução é o principal tema de pesquisa.

Todos os textos neste blog são de autoria de Mário Luna Filho, salvo aqueles em que a fonte for mencionada. Críticas e comentários são bem vindos.

"Não acredite em nada que ler ou ouvir neste blog. Reflita. Tenha suas próprias opiniões e experiências."

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

CINCO VIDAS, UM CELULAR E UMA ENORME ONDA DE ATRAÇÃO (COMPORTAMENTO)

Luiz Fernando Costa, motorista da carreta, confessou hoje à polícia que estava falando ao celular no momento em que a caçamba se chocou com a passarela na última terça-feira, às 9 da manhã, na Linha Amarela, no Rio de Janeiro, tirando a vida de 5 pessoas - mais uma vítima morreu esta tarde. Uma distração duramente explicada. Mas é difícil entender com que força a imprudência de um indivíduo determina o destino de cinco vidas. Talvez tivéssemos que recorrer à Física Quântica para buscar uma resposta física em alguma lei de atração e repulsão, que se move num comprimento de onda de luz (wavelength), antes de um evento colapsar na nossa realidade. Fico imaginando o evento se formando naquela passarela, encerrando o espaço numa densa bolha magnética de energia, no momento em que o motorista pega o celular e começa a falar, e a sua caçamba, por alguma outra força misteriosa, se auto-ejeta, "por vontade própria", e o caminhão segue uma trajetória fatal, sem que nada nem ninguém no trajeto possa conter o ímpeto dessa combustão irremediável do destino. Em meio a esse encarceramento energético, arremessando partículas de atração na extensão daquela via, cinco consciências são então fisgadas para o fim, envolvidas nessa massa de energia, possivelmente conduzidas por suas histórias pessoais e vulnerabilidades carmáticas, numa conclusão de vida que beira o inacreditável e nos mostra que, por mais que haja uma razão para a existência de qualquer evento no universo, nossos sentidos lutam para encontrar (e entender) esta razão inexorável. Rapidamente lançamos tantas perguntas no papel, sem, na verdade, a intenção de obter respostas por precaução de que a vida nos enlinhe os miolos. 

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

VICIADOS EM FILAS (COMPORTAMENTO)

A fila se tornou no Brasil um hábito rotineiro e muitos encontram prazer nela porque, simplesmente, é o momento em que é permitido não se fazer nada absolutamente com uma boa justificativa. Ali, o gânglio basal, órgão responsável pelos nossos atos repetitivos, reduz em 90% o seu funcionamento. Tudo fica na antesala da inércia total. Cabe apenas ao gânglio fazer-nos dar alguns passos de vez em quando e só. Na verdade, adoramos fazer fila, esperar e esperar. Nem os médicos particulares atendem nos horários marcados e fazem os pacientes esperarem, às vezes horas! Bem, leia-se "adoramos" na medida em que sou brasileiro, mas esqueçam me incluir nessa de fileiro; eu odeio filas. Não entro sem uma necessidade miserável, e só com um jornal ou um livro, porque a vida é curta para perdê-la cruelmente numa fila. Tempo é valioso. Um amigo me contou que, em Nova Iorque, ele viu um cara ser catapultado do caixa eletrônico do banco, porque a criatura decidiu ler o extrato em frente à máquina, quando já tinha terminado a sua operação. Um fileiro foi lá e deu um safanão nele, porque havia pessoas esperando para usar o caixa. Hoje, no caixa da padaria, a caixa decidiu organizar as suas moedas e deixou um fila de clientes em pé, esperando que ela terminasse de fazer, calmamente, esta operação. Como estava na minha vez, decidi despertá-la deste torpor matinal domingueiro... não acho que ela tenha gostado. Queria seguir ali, contando as moedinhas, calmamente, porque ela fazia aquilo com o gânglio basal.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

AS REDES SOCIAIS (COMPORTAMENTO)

Não tenho esperança de que todos os aceites de amizade no Facebook venham de pessoas do mesmo grupo intelectual, cultural e social. A sensação de dissintonia é perene e o deslocamento inevitável. Porém, saber lidar com as diferenças talvez seja o grande segredo da convivência evolucionária neste nosso planeta. Os interesses, em geral, são tão simples que me pergunto como se consegue achar graça na vida sem usar o pensamento. Na verdade, paradoxalmente, isso se torna uma vantagem na comunicação, pois é aqui que encontramos chances para educar e fazer desenvolver. A grande questão não vem das diferenças na convivialidade - isso é um valor; a grande questão é, onde estão os nossos amigos? Não digo aqueles com quem trabalhamos, estudamos, compartilhamos momentos, voluntariamos, ensinamos, brincamos, dividimos quartos, convivemos de alguma maneira. A palavra amigo aqui vem da paraprocedência, aquele lugar de onde viemos antes mesmo de termos nascido. Onde estão aqueles com quem nos afinizamos em ideias e interesses, compartilhamos informações que ambas as partes valorizam e movemos algo adiante que nos fortalece por dentro e por fora? A prática mostra que eles não estão em nenhum lugar em particular, não estão ligados a nada específico e nem se guiam pela lógica; eles brotam de onde menos se espera. Surgem "do nada" para ser "tudo". Contabilizando o número de pessoas que conhecemos, talvez nos frustre saber que esse "nosso povo", no sentido intrínseco da palavra, aparece aos poucos, em minorias, um aqui outro ali, mas, nessa contabilidade, eles crescem em valor e representam o resultado daquilo que realmente precisamos e do que, de fato, sentimos falta e buscamos. O verdadeiro amigo não é aquele que está sempre disponível quando precisamos dele. Mas aquele cujas ideias não apenas compartilhamos e valorizamos, mas, sobretudo, nos fazem crescer. Um texto em homenagem aos verdadeiros amigos do Facebook e de qualquer outro lugar! 

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

UMA REFORMA URGENTE (COMPORTAMENTO)

Quando o escritor gaúcho Érico Veríssimo disse numa entrevista no começo dos anos 60 que a única reforma necessária no Brasil seria a reforma de caráter ele não só se referia à uma necessidade do povo brasileiro,como responsável pelos seus governantes, como também apontava o ponto crítico da própria política brasileira. Sem dúvida, foi uma frase atemporal, pois até hoje essa reforma ainda não foi feita. Por outro lado, diferente da formação política brasileira, originada na derrocada lusitana, ao tentar povoar o país com a escória portuguesa, o que nos deixou um legado moralmente lamentável, a sociedade se salva na mistura de raças. Um país povoado essencialmente por índios, e que importou 38% dos escravos comercializados nas Américas, se torna, ao longo do tempo, uma nação Iorubá mesclada com o puritanismo indígena, pois, na mesma medida em que o Brasil adotou a alma africana, absorveu também a natureza tribal, gerando o que hoje temos como a essência do comportamento do povo brasileiro - pacífico, alegre, cultural, festivo, ingênuo, familiar, místico e acolhedor. Um povo espirituoso, que gosta de festa, música, dança, comida, misticismo e da convivialidade. Esse espírito brasileiro autêntico é ímpar e valioso. Porém, há grandes questionamentos sobre o quanto o processo civilizatório mudaria esse comportamento tão original e hospitaleiro do povo brasileiro. O quanto nos tornar uma nação devidamente educada e politicamente crítica transformaria a alma brasileira em algo mais triste e frio, como são, em regra geral, as sociedades do primeiro mundo? Acredito que podemos unir os dois lados da moeda através da compreensão de cidadania. Uma mudança-chave no processo socialmente educador.