Bem vindo ao Via Consciência, um blog dedicado à comunicação conscienciológica, onde o ser humano em evolução é o principal tema de pesquisa.

Todos os textos neste blog são de autoria de Mário Luna Filho, salvo aqueles em que a fonte for mencionada. Críticas e comentários são bem vindos.

"Não acredite em nada que ler ou ouvir neste blog. Reflita. Tenha suas próprias opiniões e experiências."

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Dannion Brinkley e Sua Experiência de Quase Morte

Em 1975, um jornal da cidade americana de Augusta, no estado da Geórgia, publicou a notícia de que um jovem da Carolina do Sul havia sido atingido por um raio. O jovem se chamava Dannion Brinkley e até então ele nem suspeitara de que houvesse EQMs (Experiências de Quase Morte) e muito menos o que elas significavam. Dannion foi atingido por um raio enquanto falava ao telefone em casa, numa noite de tempestade. A descarga elétrica veio pelo fio do telefone, atingiu o seu pescoço e o levantou do chão. Dannion teve uma parada cardíaca da qual só conseguiu se recuperar horas mais tarde, num hospital, quando os médicos já estavam desenganados da sua recuperação. Em coma, ele sobrevoou o próprio corpo, a sala médica, e foi além, à uma paragem extrafísica para ter com uma equipe de 13 consciências preocupadas com o seu destino na Terra. Reunido com o time que mais tarde ele descreveria como formado por 13 “espíritos de luz,” Dannion viu passar diante dos olhos o filme da sua vida até ali.

Na época em que o raio o atingiu, Dannion era uma consciência pertubada, um "garotão" de mais ou menos 30 anos, com todos os defeitos deslocados de um adolescente no auge da fase da afirmação. Era impaciente, imaturo, intolerante, egoísta, agressivo, briguento, individualista, cruel etc., citando apenas algumas de suas desqualidades. Casou-se com uma mãe, na verdade, a quem chamava de esposa, tal era o zelo e comando desta mulher para com ele. Na pequena cidade em que vivia, Dannion era conhecido pelas suas brigas, confusões e até ações criminosas - ele já havia ateado fogo numa residência com toda a família lá dentro, quando tinha 12 anos, ou perto disso. Enfim, o filme da sua vida lhe apareceu tal um documentário policial, com cenas de violência, refregas e confusões. Quando viu as imagens de tudo de errado que havia feito diante dos olhos, ele ficou triste e chorou. Sentiu na pele, pela primeira vez, a gravidade do seu desvio e as consequências da sua dissidência extrafísica. Estava muito distante da consciência que devia ser para cumprir a programação existencial planejada. Resnascer para Dannion fez com que ele caísse no limbo de um esquecimento noscivo, pois a grande "virada de mesa" existencial, o que veríamos depois, não aconteceria de outra forma senão por meio de uma EQM. Sem o propósito de uma reciclagem séria, ele seguiria em automimese, repetindo os erros da sua índole agressiva.

O texto acime é parte da crítica feita ao filme "Salvo Pela Luz" já disponível no blog Cinema & Consciência, também deste autor Cinema & Consciência

PARTE 1



PARTE 2



PARTE 3

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Crônicas Fantásticas - Episódio 4: Delmiro Voltou para Contar Como era Morrer

Delmiro Fonseca nunca gostou em vida daqueles que psicografavam mensagens do além. Sua opinião era de que o psicografista é um ser humano vulnerável a equivocos como qualquer outro e, portanto, passível de manipulação espiritual, do descontrole das próprias emoções e influenciável psicologicamente pela ansiedade alheia. Por isso, decidiu que, quando moresse, voltaria de corpo presente para contar como era morrer. E foi assim que, um mês após a sua morte, ele apareceu sentado ao pé da cama de sua irmã, Dalva, no meio da noite, com o corpo diáfano envolto numa nuvem espessa de ectoplasma. Ela não se assustou com a sua presença. Estava ainda na confulsão mental do sono quando aos poucos a imagem do irmão surgiu nitidamente diante dos seus olhos. Delmiro tinha uma expressão suave e serena. Dalva já havia tido com Delmiro algumas vezes desde que ele partiu, mas todas em projeções semilúcidas com imagens oníricas nas quais não sabia ao certo se o irmão estava feliz na outra dimensão ou resignado com a nova vida, pois ele lhe aparecia sempre ocupado, atendendo outras pessoas na antesala de algum lugar que lhe pareceu ser uma clínica para loucos. 

Quando viu que Dalva podia vê-lo com clareza, se desculpou pelo tom fantasmagórico que o ectoplasma lhe dava, mas que de outra forma não poderia se mostrar de corpo inteiro, como ele queria. A irmã entendeu e lhe tranquilizou dizendo que essas aparições não mais lhe assombravam desde o dia em que teve com o pai um encontro ali mesmo no quarto, para esclarecer alguns pormenores do testamento. Ele sabia do episódio e respondeu à irmã com um sorriso. Dalva perguntou qual seria o motivo da visista e Delmiro explicou que a intensão era aliviá-la dos tormentos filosóficos a respeito da vida e da morte. Os irmãos trocaram olhares saudosos e contiveram a ansiedade para não dar cabo da serenidade do encontro. A vantagem que o dom de ver e falar com os dessomados proporcionava era estender a vida para além dos seus limites físicos e fazer com que os que ficaram não sentissem saudades daqueles que partiram para outra dimensão, pois ambos os domínios existiam paralelamente e estavam interligados, como se ambas as realidades fossem uma só.

Quando dessomou, Delmiro Fonseca estava no seu segundo ano de profissão como médico psiquiátrico. Havia sido um estudante de medicina exemplar e conquistado a confiança dos professores de tal maneira que, logo que terminou o seu estágio no hospital da universidade, eles lhe conseguiram uma posição numa das clínicas de psiquiatria mais prestigiadas da cidade. Na família, Delmiro era o irmão conciliador entre os cinco que seus pais tiveram, um casal que construiu uma família numerosa, mas bem entrosada. Desde pequeno demonstrava talento para a medicina e mesmo antes de entrar na faculdade já sabia que queria se dedicar a cuidar dos mais pertubados. Em casa, quando alguém demonstrava perder as estribeiras, era ele quem apaziguava o torvelinho e restaurava a paz. Fez isso tantas vezes que passou a ser o conselheiro de todos, inclusive de muitos parentes, até alguns distantes, de modo que ninguém tomava uma decisão sem antes se consultar com ele, pois as suas sugestões eram sempre razoáveis.

Mas no recolhimento Delmiro vivia os seus momentos de confulsão mental e angústia, que ele resolvia calado, sem exacerbações e à base do recondionamento de suas energias vitais, o que nem sempre lhe era fácil, mas possível com o esforço da meditação. O seu controle emocional era bom o suficiente para que muitos o julgassem de outro mundo. Entre os colegas da faculdade, era sabido que Delmiro havia aterrissado neste planeta proveniente de uma galáxia distante, onde os nativos superaram quase totalmente as agonias das emoções e usavam o bom senso para recarrilhar a vida quando esta saía dos trilhos. Delmiro se defendia dizendo-se humano como todos, em serviço neste planeta-hospital, frágil como qualquer consciência intrafísica e vulnerável ao desengano como qualquer mortal. Em casa, a sua ligação com a irmã Dalva sempre fora especial. Desde pequenos passavam grande parte do dia juntos e dividiam as mesmas angústias sobre as perguntas irremediáveis da vida. Ela se tornou psicóloga não por talento, mas para agradar ao irmão. E o fez com tal convicção que a profissão terminou por conquistá-la. Delmiro fizera valer essa interação cósmica com a irmã para assentar as bases da sua aparição, com o ectoplasma que ela podia lhe ceder para o encontro de corpo presente.

Naquela noite, Dalva estava preparada para anotar tudo o que o irmão lhe narrasse, mas não pode conter a ansiedade para saber do outro mundo, pois essa sempre foi uma de suas curiosidades mais insondáveis. O mundo extrafísico lhe reservava grandes mistérios desde pequena, quando descobriu que podia ver e se comunicar com os espíritos, primeiro em sonhos, depois com o aprimoramento da projeção para além do corpo físico. Era ela quem servia de intermediário entre os dois mundos, quando alguém na família queria ter notícias daqueles que haviam partido. Mas os contatos só aconteciam quando Dalva estava em transe, de modo que nunca teve o controle da situação. As perguntas aos espíritos eram feitas quando ela sucumbia ao próprio esquecimento, dominada numa condição comatosa, em que não sabia o que perguntavam os parentes nem tampouco o que os espíritos da família respondiam. Quando retornava ao corpo físico, Dalva parecia despertar de um sono profundo, de maneira que suas dúvidas permaneciam insolúveis ao final desses encontros e seus mistérios intocáveis. Ela tampouco tinha com os espíritos com lucidez suficiente para se perceber viva. Na presença deles, Dalva se sentia do outro lado, como eles, e esquecia as diferenças que os separavam entre os dois mundos, interligados mas distintos. Servia mais como um receptáculo de mensagens espirituais. Chegou a estudar o assunto, mas nunca passou de uma simples mensageira entre esses universos.

Ali, diante do irmão, experimentava pela primeira vez uma lucidez decente, apesar das emoções fluírem sem que ela tivesse qualquer controle sobre elas. Esforçou-se para lembrar de suas dúvidas e questionamentos a fim de não desperdiçar mais uma oportunidade de ter com alguém do outro mundo uma conversa sensata e esclarecedora. A lucidez que conseguiu resgatar foi suficiente para saber se o irmão havia sofrido na passagem deste para o outro mundo, se havia túneis de luz como muitos atestavam, escadarias entre nuvens iluminadas por anjos com trombetas, guias espirituais vestidos de branco para indicar o caminho para a procedência extrafísica e parentes próximos recepcionando os recém dessomados. Queria enfim, saber se tudo que contavam na Terra condizia com a realidade vivida pelo irmão. Delmiro voltou a lhe sorrir ao saber das suas dúvidas. Enquanto na Terra, ele compartira com ela as mesmas perguntas, agora, ele parecia superior a elas, aos arroubos da imaturidade neste planeta-enfermaria. Mas não se mostrou arrogante. Seu semblante indicava a paz que devia ter encontrado no outro mundo, uma paz desconhecida dos vivos daqui.

Delmiro contou que o motivo da visista era também para aliviar a saudade e mitigar a angústia que ela sentia com a sua falta. Mas não poderia tirar todas as suas dúvidas como ela esperava porque, na verdade, elas eram apenas produtos da sua fantasia. Delmiro explicou que se Dalva queria saber do mundo extrafísico, ela atentasse para o mundo físico, pois este era um reflexo do que havia do outro lado. “Não deixamos de ser quem somos quando partimos daqui,” disse ele com sua voz diáfana. “Assim como não deixamos de fazer o que fazemos aqui, quando vivemos em outra dimensão. A diferença é que lá não convivemos com todos, apenas com os semelhantes, pois somos condicionados a nos relacionarmos apenas com aqueles de igual padrão evolutivo. As dimensões se equiparam e a vantagem da vida na Terra é justamente a de lidar com as diferenças. Para uma morte tranquila é preciso viver na dimensão intrafísica sem medo da morte; para conviver de maneira sadia é preciso escolher as boas amizades na Terra; para qualificar a sua vida do outro lado é preciso qualificar a vida por aqui; para sanar as angústias do corpo físico é preciso buscar a serenidade espiritual; para saber o que se faz lá é preciso ter consciência do que se faz aqui, pois somos uma única consciência e a vida não reparte existências e nem nos divide em dimensões.”

Depois disso, a neblina espessa de ectoplasma foi aos poucos se dissipando em torno de Delmiro e sua imagem se tornou difusa até perder-se de vista por completo. Dalva ficou imóvel, sentada na cama, observando o tênue rastro esbranquiçado deixado pelo irmão na penumbra do quarto. Mas, ali, ela não sentia mais o vazio e o abandono de espírito que a morte de Delmiro havia lhe causado, nem tampouco a inquietude dos seus quetionamentos. Seu corpo estremecia com descargas elétricas fugazes e percebia que as suas energias vibravam prazerosamentre. Experimentava um misto de saudade saciada e serenidade espiritual. Viveu aqueles minutos sem ser incomodada por qualquer emoção descontrolada, até que, sem perceber, mergulhou no sono que a levaria de volta ao mundo extrafísico.

sábado, 4 de dezembro de 2010

A Projeção da Consciência e a Ciência

Nunca se viu em qualquer outra época deste planeta um interesse tão significativo sobre experiências fora do corpo como a que vemos hoje, não apenas no âmbito de ciências e religiões que há muito tratam do assunto, mas de uma maneira mais genérica, em telejornais, livros, programas, filmes e novelas. Mesmo em algumas áreas das ciências convencionais, ou em projetos capitaneados por alguns cientistas mais ousados, quebrando e ampliando paradigmas, o tema causa interrogação e promove pesquisas de ponta. Estará o ser humano se redescobrindo ? Estamos finalmente desvendando a pluriexistencialidade da consciência e começando a pensar multidimensionalmente ? As evidências para respostas afirmativas estão em toda parte. Agora nos resta apenas a comprovação através da experiência. 

Ao final da primeira parte das pesquisas de campo para o documentário sobre parapsiquismo que pretendo produzir, fui surpreendido pelo percentual de 83% de pessoas que já haviam experimentado algum tipo de evidência parapsíquica. Na ocasião ouvi cerca de 150 pessoas dos mais variados níveis sociais, de instrução, ocupações, formações religiosas etc., o que me levou a constatar que o parapsiquismo é uma faculdade humana tão comum como outra qualquer, o que há em torno dele é apenas preconceito, na maioria dos casos criado e mantido por religiões e ciências convencionais. Muitas dessas pessoas ouvidas nas entrevistas afirmaram que não falam sobre o assunto por medo, desconhecimento ou para evitar descrenças, má interpretações e mesmo desconfianças de que estão ficando loucos. Não raramente ouvimos relatos dando conta de pessoas que passaram por tratamentos psiquiátricos por conta das visões sobrevoando o corpo físico enquanto projetados. Não apenas a falta de informação, mas também a força do preconceito contam para mitigar, bloquear e abortar as experiêndias parapsíquicas. 

As experiências fora do corpo oferecem comprovações de que, quando o corpo físico morre, a consciência mantém-se existindo. O físico francês Jean Charon havia chegado à conclusão de que há evidências suficientes para assegurar a vida humana além do corpo físico através das bioenergias, uma vez que elas guardam, indelevelmente, toda a informação do que vivemos. Mas para tocar o seus experimentos na área e publicar livros sobre o tema, ele precisou romper com a Sociedade Física Francesa ao se tornar um garoto propaganda da vida após a morte em muitos programas de televisão. Além de Jean Charon, há uma grande quantidade de organizações pesquisando o fenômeno da experiência fora do corpo com a ajuda de hospitais locais. O cientista britânico Dr. Sam Parnia, recentemente, publicou suas descobertas sobre as EFCs e relatou que "a consciência permanece depois que o cérebro para de funcionar e um paciente é declarado clinicamente morto." A verdade é que, por séculos, esses fenômenos têm fascinado médicos, cientistas, teólogos e teoristas amadores na surdina. Geralmente, as EFCs são associadas a doenças ou incidentes traumáticos (Experiência de Quase Morte), mas em 24 de agosto de 2007, pesquisadores britânicos e suíços publicaram estudos no jornal acadêmico Science descrevendo como pode ser possível uma EFC em pessoas saudáveis.

Para esses cientistas, o interesse residia em descobrir o que faz o cérebro de uma pessoa saber que ela se encontra dentro de seu corpo físico. Basicamente, isso seria promovido pelo sentido da visão ou vários outros sentidos e processos teriam que trabalhar juntos? Que sentidos e processos seriam esses ? O questionamento dos cientistas era "se uma pessoa é capaz de sair do seu corpo físico, olhar ao redor e ver a si mesma como um observador externo, ela ainda se sentiria dentro de seu corpo físico ou sua percepção própria mudaria para onde seu ponto de vista estaria durante o experimento ? Intrigante. Mas, para responder a essas questões, os pesquisadores britânicos do Instituto de Neurologia da University College London conduziram dois experimentos. No primeiro, os voluntários sentaram em cadeiras e colocaram telas de vídeo na frente de seus olhos. A tela projetava imagens de duas cameras localizadas a cerca de 1,2 metro atrás do voluntário. Cada câmera servia como um olho, uma projetava do lado esquerdo da tela e a outra, do lado direito. O efeito foi que o participante via uma imagem de um ponto de vista de 1,2 metro atrás de suas próprias costas.

Depois, um pesquisador ficou na frente das câmeras para que parecesse estar perto do "corpo virtual" do participante. Dessa posição, ele tocou ao mesmo tempo o peito do participante e seu corpo virtual com um bastão de plástico. O resultado foi que os participantes sentiram que estavam em seus corpos virtuais, apesar de terem sentido o toque do bastão. Muitos descreveram a experiência como sendo engraçada ou estranha. O segundo experimento usou sensores de suor para medir as reações emocionais do participante. Na frente das câmeras, um pesquisador balançou um martelo em direção ao corpo virtual do participante. Os sensores mostraram que o participante ficou com medo de ser realmente atingido pelo martelo. Os pesquisadores da Suíça conduziram, então, o terceiro experimento no Laboratório de Neurociência Cognitiva na Ecole Polytechnique Federale. Eles mostravam aos voluntários uma das três projeções em 3-D: um bloco, um boneco ou o próprio corpo do voluntário. Depois, alguém tocava as costas do voluntário enquanto outra pessoa tocava a parte de trás da projeção com um bastão, simultaneamente em alguns casos. A seguir, os pesquisadores vendaram os voluntários, os viraram para trás e removeram a venda. Quando pediram que eles voltassem para a posição inicial, as pessoas que tiveram suas costas tocadas ao mesmo tempo que tocaram a imagem de seu corpo se moveram para onde a projeção estava, e não para onde elas estavam inicialmente. Aqueles que observaram o boneco ou o bloco serem tocados voltaram para a posição correta.

A conclusão obtida com os experimentos acima constataram que, na experiência fora do corpo, o cérebro humano pode registrar imagens de um ponto superior fora do seu eu físico. A questão é que os estudos sobre o paracérebro e sua holomemória, ou memória integral, ainda são raros de uma maneira geral, mas muito comuns nas neociências Projeciologia e Conscienciologia. Embora todos tenham as suas experiências fora do corpo enquanto dormem, apenas 2% dos humanos passam pela vivência lucidamente. Algumas estatísticas dão conta de que cerca de 10% da população humana pode ter uma EFC em algum momento da vida (fonte: UCL News), apesar de um especialista no assunto afirmar que esse número cai para meros 5% (fonte: Forbes.com). De qualquer forma, esse é um fenômeno que recebeu atenção em vários estudos científicos, religiões e discussões metafísicas, o que é bastante positivo.

Os experimentos científicos inglês e suíço parecem mostrar que a percepção própria de uma pessoa depende da cooperação entre os sentidos, e que a experimentação pode perturbar radicalmente essa ligação. Experimentos antigos mostraram, entetanto, que o corpo físico tem um papel importante na maneira como a pessoa identifica a sua consciência. O Dr. Henrik Ehrsson, pesquisador chefe da UCL, uma vez conduziu um estudo em que os cérebros dos participantes eram induzidos a pensar que mãos de borracha eram as mãos reais dos participantes.  Um dos pesquisadores no estudo sueco, o Dr. Olaf Blanke, disse que suas tentativas produziram algo parecido com uma experiência fora do corpo, "mas não a experiência completa", acrescentando que eles estavam pregando peças nas pessoas. Diferente de uma autêntica experiência fora do corpo, em que uma pessoa acredita que realmente saiu de seu corpo, porque se vê fora dele, esses participantes ainda reconheciam a imagem projetada como algo "diferente". Ainda assim, o estudo mostrou como o cérebro pode ser enganado e como a percepção de uma pessoa pode ter uma grande influência sobre a percepção de seu corpo e de sua localização física. O Dr. Ehrsson acredita que seus experimentos produziram autênticas EFCs. Ele afirmou que o estudo foi o primeiro deste tipo a produzir EFC em pessoas saudáveis (fonte: UCL News).



terça-feira, 30 de novembro de 2010

Consciências Universais: Confúcio (c. 555-479 a.C.)

Compilar listas de personalidades da história, que mudaram o mundo, invariavelmente, gera polêmicas no julgamento de quem merece ser lembrado. A disputa de argumentos costuma ser acirrada por conta da maneira como qualificamos as realizações dessas personalidades e classificamos a importância do legado. Na relação compilada para esta série não foi diferente. Após muitos embates de julgamento comigo mesmo, selecionei 50 personalidades. O critério utilizado para a seleção, contudo, se baseou unicamente na validade do seu legado nos dias de hoje e nas realizações que, de forma universalista, estão no âmbito da policarmalidade. A apresentação das Consciências Universais, do número 1 ao 50, não obedece, entretanto, a nenhuma ordem por importância.Todos os selecionados se destacam aqui como assistentes universalistas.


CONFÚCIO (c. 555-479 a.C.)

A evolução da sociedade chinesa foi há milênios fundamentada sob quatro preceitos básicos: respeito ao próximo, moderação nos julgamentos, amor pelo trabalho bem feito e sujeição aos interesses do grupo. O confucionismo é um tipo de filosofia que incorpora adequadamente tais preceitos. Mas pouco se conhece sobre a vida e a personalidade do precursor desta doutrina. Confúcio nasceu Kongzi e viveu na época dos Reinos Combatentes, um período difícil da história chinesa, iniciado com o fim da dinastia Zhou, no século VI a.C. A versão latina do seu nome no ocidente foi criada por padres jesuítas que chegaram ao Oriente no século XVII.

Confúcio assumiu o ideal aristocrático do homem honesto, guardião das tradições e movido pelo desejo de fazer o bem a seus semelhantes, muito por força não apenas das antigas tradições Zhou, como por pertencer à uma classe de letrados, conhecida na China por rujia. Em consequência disso, encarnou o ideal aristocrático do homem honesto, atento às tradições e imbuído do desejo de fazer o bem não importando a quem. A base da assistência praticada na sua época ainda é válida nos dias atuais: tenha uma atenção benevolente para com os outros, respeite as regras da vida em sociedade e interiorize o senso de responsabilidade na evolução do próximo. A virtude surge então como um esforço pessoal e contínuo, e não como uma qualidade inata e respaldada na origem social. Por mais de dois mil anos, a filosofia de Confúcio permeou a vida e a cultura chinesas, com grande influência sobre grande parte da população mundial.

Embora tenha pertencido à classe dos letrados e assumido o ideal aristocrático, Confúcio nasceu na província de Shantung, no nordeste da China, numa família pobre. Seu pai faleceu quando ele era ainda muito jovem. Viveu com a mãe uma época de penúria. Começou uma vida profissional como funcionário público de nível inferior e atuou como tal por vários anos, até pedir demissão e começar, então, a lecionar  a sua filosofia. Na fase adulta, exerceu uma função de alta posição no governo de Lu, mas uma horde de oposição à corte conseguiu destituí-lo do cargo e fazê-lo exilar-se longe da terra natal. Iniciou assim uma carreira de professor intinerante e só voltou à China nos seus últimos cinco anos de vida. Mas o conhecimento que se tem de que sua filosifia se tornou uma religião não parece corroborar com a história. Confúcio não baseava suas idéias em qualquer tipo de deificação, não falava em vida após a morte e era contrário à qualquer forma de especulação metafísica. Seu interesse estava unicamente centrado na moralidade e num modelo de conduta, tanto pessoal quanto política.

Entre as ideias centrais de sua filosofia estavam o preceito de que respeito e obediência eram devidos aos superiores e  governantes. Contudo, acreditava que o Estado existia para benefício do povo e não o contrário. Defendia que os governos deviam ser regidos pela moral e não pelo uso da força. A máxima "não faça aos outros o que não quer que os outros façam com você" era usada nos ensinamentos confucionistas. Inovador e reformador, era contrário ao modelo governista da época por não julgá-lo um exemplo moral. Mas, apesar de sua oposição às ideias do governo, após a sua morte, suas ideias se espalharam amplamente pelo país.

Confúcio viveu durante a dinastia Chou, num período de grande ebulição intelectual na China. Mas foi com o advento da dinastia Ch'in, entretanto, que o confucionismo esperimentou seu período de oposições. O imperador Shih Huang Ti estava determinado a erradicar a influência de Confúcio e ignorar o passado. Mas, antes de tomarmos partido neste episódio contrário à filosofia de Confúcio, liderado por Shih Huang Ti, convém lembrar que o imperador chinês está entre as 50 mais ilustres consciências da história mundial por promover a união da China e instituir uma série de reformas radicais, que se constituíram num importante fator de unidade cultural, o qual se mantém vivo e válido desde então.

O confucionismo resistiu e sobreviveu à tentativa de erradicação de sua filosofia, com o apoio dos sábios confucionistas, quando a dinastia Ch'in se extinguiu. Na dinastia seguinte, com o imperador Han, o confucionismo foi adotado como filosfia oficial do governo chinês.  E não ficou apenas nesse status. Consequentemente, os ideais de Confúcio foram aceitos pela maioria dos chineses, influenciando de forma definitiva a vida na China e o modo de pensar do seu povo. A forma usada por Confúcio para passar seus ensinamentos a seus alunos tinha na sua integridade e sinceridade a base sólida para credenciar suas ideias. Além disso, Confúcio era um homem moderado e prático e não exigia de ninguém aquilo que ele não pudesse dar. O respeito ao momento evolutivo do próximo e aos limtes de cada um foi talvez a chave para o imenso sucesso dos seus ensinamentos. Ele não anunciava-se como salvador e nem pretendia mudar a crença do povo. Não pedia mudanças de paradigmas nem que abandonassem seus cultos. Confúcio apenas ofereceu uma forma de reorganizar tais ideias de uma maneira clara e admirável, fortalecendo as tradições e criando uma sintonia com os pontos de vista fundamentais da época.

A formação da consciência para Confúcio estava fundamentada mais no exercício das obrigações e menos na defesa dos direitos. Tais ideiais se mostraram fortemente arraigados à cultura chinesa. Como filosofia, provou ser de grande eficiência e, com base na capacidade de manter a paz e a prosperidade, podemos dizer que a China foi, de uma maneira geral, a região mais bem governada do mundo por mais de dois mil anos.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Crônicas Fantásticas - Episódio 3: A Mulher que Só Conseguia se Ver Através de um Espelho

Lindalva Pedrosa nasceu numa família abastada do interior mineiro. Seu pai era fazendeiro conhecido e latifundiário de mão firme e boa estirpe. Sua mãe era uma resignada dona de casa, esposa dedicada e mãe incondicional, que cuidou de 14 filhos legítimos e 13 bastardos, deixados na porta da sua casa pelas amantes do marido. Em meio a uma prole tão numerosa e complexa, Lindalva nunca deixou de ter o melhor que se podia dar à uma criança. Destacava-se na escola por uma inteligência precocemente avançada e também por ser uma aluna exemplar. Demonstrava um senso de responsabilidade tão maduro para sua idade que muitos adultos tentavam copiá-lo. Concentrava-se no que fazia, sem desviar a atenção, até que a tarefa estivesse concluída, agendava seus afazeres ordenadamente e seguia rigorosamente um critério de prioridades, o mesmo que ensinava às suas bonecas quando dava vida a elas nas brincadeiras da tarde. Seus horários eram rígidos e seguidos sem atrasos nem subterfúgios. Tinha hora para tudo e o seu relógio biológico era tão pontual e incorruptível que funcionava pontualmente mesmo quando não era necessário, como levantar cedo nos fins de semana. Melhor assim, pensava Lindalva. Relógios biológicos não podem diferenciar as segundas-feiras dos sábados.

Todo esse esmero e precisão em tudo o que fazia fez de Lindalva Pedrosa uma criança com a convicção de que estava acima das vicissitudes humanas, de modo que a sua sociabilidade era apenas uma tênue expressão de sua vocação para a condescendência. Em seu universo interior, onde as idéias brotavam até da mais improvável inspiração e a lógica era usada com uma facilidade incompreensível para os adultos, Lindalva Pedrosa intelectualmente se bastava. As pessoas demandavam-lhe tempo e atenção, cuidado e paciência, o que nem sempre ela estava disposta a oferecer. A melhor companhia é a dos livros, dizia. Eles são os únicos que, de fato, podem me trazer alguma interrogação. Por falta de uma imagem que lhe interessasse fora da sua órbita pessoal, Lindalva era uma criança voltada para si mesma e não chegou a ser uma companhia prazerosa para qualquer um dos seus 27 irmãos e meio-irmãos. Era uma das meninas mais jovens da gigantesca prole encomendada por seus pais, mas nenhum desses rebentos que lhe chamavam de irmã conseguia alcançar o seu raciocínio ágil e o seu talento natural para as conclusões assertivas. De modo que, desde muito cedo, foi uma criança sempre ocupada nesse universo de portas fechadas no qual se meteu desde a mais tenra idade.

Na época em que rejeitava a própria família e esnobava os estranhos, Lindalva Pedrosa começou a demonstrar, mais assiduamente, traços incontestáveis de vaidade e egoísmo. Passava horas olhando-se no espelho e levantando discussões filosóficas sobre a necessidade de ser ela mesma. Ficou tão fascinada com as oportunidades que o seu universo interior oferecia e encantada com a magia de observar os detalhes das suas feições refletidas, que contraiu o estranho hábito de se ver apenas através de um espelho. Descobriu-se uma adolescente na frente de toda sorte de espelhos e acompanhou a transição de criança para mocinha vislumbrando com devoção o harmonioso processo do seu crescimento. A partir dali, passou a pedir espelhos nas datas em que se presenteava. Comprava-os, trocava-os por roupas usadas, negociava-os como podia, aumentando uma já volumosa coleção que ela espalhava pelo quarto como quadros nas paredes e porta-retratos sobre os móveis .

Cresceu entre esses incontáveis espelhos que refletiam a sua imagem a maior parte do dia. Tornou-se uma adolescente ainda mais reclusa do que fora quando criança e não fez mais amigos. Fechava-se em seu mundo particular e lá passava horas sem dar notícias ao mundo exterior, de modo que sua família se habituou a viver sem sua companhia e nem tê-la por perto. Da adolescente fascinada com seu próprio universo tornou-se uma mulher sem mundo exterior. Não chegou a casar-se, porque jamais encontrou seu marido num espelho. Sua dedicação a olhar a própria imagem se tornou tão obsessiva que, aos poucos, passou a não lembrar mais como ela era fora de um espelho.

Lindalva não sentia os efeitos da solidão, porque entre ela e um espelho não faltava ninguém. Achava-se tão bela e plenamente realizada, e era para si mesma alguém tão essencial e suficiente, que nenhum homem poderia amá-la de uma maneira que a convencesse que o casamento valeria à pena. Quando completou 30 anos, esqueceu que tinha uma família e foi morar no topo de uma serra longe da família. Descia apenas para comprar mantimentos e o fazia uma vez por semana, pois o mundo externo lhe era entediante. Lindalva envelheceu sozinha, refletida em vários espelhos da casa. Em todos os cômodos havia uma quantidade suficiente deles para refletir a sua imagem continuamente, de modo que ela não deixasse de se ver um só instante.

Muitos anos depois, quando portas e janelas da casa passaram a ficar abertas dia e noite, chamando a atenção dos poucos moradores da redondeza, os vizinhos resolveram averiguar o que se passava no interior daquela propriedade fantasma. Para a surpresa de todos, não encontraram ninguém lá dentro. A casa parecia ter sido abandonada há muito tempo. Os visitantes teriam ido embora intrigados se um deles não tivesse visto a tempo a imagem de Lindalva Pedrosa refletida em um dos espelhos do corredor. Estava desacordada, semi-nua, deitada no chão e não parecia respirar. Ao descobrirem ali aquela mulher inerte e sem vida, todos se precipitaram para socorrê-la, mas ficaram apavorados quando viram que não podiam tirá-la dali, pois Lindalva Pedrosa era apenas uma imagem no espelho, hermeticamente fechada num universo onde ninguém nunca soube como entrar.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

I Congresso Internacional de Autopesquisologia Acontece esta Semana no Rio de Janeiro

O I Congresso Internacional de Autopesquisologia acontece esta semana, no próximo final de semana (incluindo o feriado de 15 de novembro), no Hotel Barra Windsor, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. O evento é pioneiro na cidade, de grande importância e reúne os melhores trabalhos na área no momento. Paralelamente ao congresso, vários mini-cursos completam a programação: Técnicas Assistenciais, Estado Vibracional - Domínio Energético, Desenvolvimento dos Chacras e Práticas da Projeção Lúcida.

Para aqueles que ainda podem fazer a sua inscrição e querem maiores informações, acessem o site do IIPC (www.iipc.org) e bom congresso a todos!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Bagulho Energético

Bagulho energético é dito do objeto acumulador de energias consciências negativas. Ele pode ser desde um amuleto místico, uma peça de antiquário até coisas que não usamos mais, porém, que ainda as mantemos apenas por uma questão de valor material e dependência afetiva. Essas peças do passado, em desuso no presente, emanam uma quantidade de energia entrópica que contamina todo um ambiente, não raramente, intoxicando toda a casa e as consciências que nela habitam.

Artefactos belicosos, talismãs, trastes, traquitandas em desuso, objetos obsoletos, coisas velhas em geral, roupas antigas são exemplos de peças consideradas como bagulhos energéticos, silenciosos inimigos aniquiladores das energias de bem estar na residência, os quais, geralmente, são mantidos pela vontade do próprio dono que ainda não reciclou a condição de desapego e demonstrou interesse em renovação. Os ambientes em que tais bagulhos energéticos se encontram costumam ser pesados e desequilibram o ambiente do resto da casa.  Muitos deles são até mesmo belos e decoram bem ambientes os mais variados sob o ponto de vista material, mas, energeticamente, causam estragos incalculáveis e imprevisíveis, pois, na maioria das vezes, ninguém pode suspeitar da sua nocividade.

Amantes de peças antigas, compradas em antiquários, normalmente, não pesquisam os ex-donos dessas peças, a procedência desses objetos, de que foram feitos, como foram feitos, por quem foram feitos, e os compram apenas pelo valor material e pela beleza e imagem de decoração, desconhecendo o essencial, isto é, a influência energética pela qual o objeto passou. A lista de possibilidades para que um objeto seja considerado bagulho energético é grande, mas alguns fatos são evidentes e relevantes, como peças do período escravagista, que pertenceram a hospitais e manicômios, a donos notadamente belicosos, violentos, criminosos, objetos que vieram de ambientes entrópicos, como prisões, locais de tortura ou mesmo que decoraram antes residências onde houve assassinatos, suicídios e grande sofrimento etc.

Mas por bagulhos energéticos também entendemos objetos que guardamos de um passado de más recordações e influências familiares, que pertenderam a parentes já dessomados (falecidos), e que hoje estão em fundo de baús e gavetas, armários velhos ou esquecidos em sotãos, caves e porões da nossa própria residência. O monte de papel velho entulhando gavetas e pastas, livros que nunca serão lidos, os balangandãs de um passado religioso e místico, que não mais são usados, as fotos do falecido nas paredes, em álbuns velhos e porta-retratos etc. precisam de renovação. Convém lembrar que a melhor memória é aquela reciclada na nossa holomemória, atualizada e pensenicamente renovada (pensene = pensamento + sentimento + energia).

Quando um bagulho energético é inevitável, como documentos de um processo judicial, ou objetos que pertencem a pessoas desconhecidas, mas com as quais trabalhamos, ou que fazem parte do nosso trabalho profissional, especialmente no caso de advogados, médicos, professores, pesquisadores etc. a solução para amenizar os efeitos energéticos dos mesmos na residência é o isolamento. Segundo o professor Waldo Vieira, da Conscienciologia, o isolamento pode ser feito colocando tais objetos em um móvel de maderia, uma caixa ou baú, que pode ser fechado, trancado e guardado isoladamente. Ali deve conter apenas o(s) objeto(s) e nada mais pode ser colocado dentro ou em cima desse móvel. A madeira, como material isolante, mantém as energias entrópicas nela, dentro da caixa, evitando a contaminação do ambiente.


No blog Page Not Found, do jornalista de O Globo, Fernando Moreira  (http://oglobo.globo.com/blogs/moreira/), há a notícia, publicada no jornal inglês The Sun, de que um historiador e escritor americano ganhou um abajur de um amigo. Diz a notícia, "intrigado com a aparência e a textura do objeto, Mark Jacobson resolveu submetê-lo a um teste científico. Ele enviou um pedaço do abajur ao Instituto Bode Technology, em Washington, e seus temores se confirmaram: o exame de DNA mostrou que o abajur foi feito de pele humana!." Diz ainda a notícia, "o abajur europeu tem entre 60 e 80 anos, segundo os testes e análises de peritos. Suspeita-se que ele tenha sido feito por nazistas usando a pele de prisioneiros judeus, durante a Segunda Guerra Mundial. Comprado em uma feira de objetos usados em Nova Orleans (EUA), após a passagem do furacão Katrina pela cidade, o abajur dá combustível, segundo Jacobson, a relatos das atrocidades cometidas em campos de concentração. O primeiro relato de um abajur feito com pele humana foi feito em abril de 1945 por Ann Stringer, correspondente de guerra da United Press International, depois de visitar o campo de Buchenwald." Portanto, cuidado com objetos usados. Esse, ao lado, é um enorme bagulho energético.

sábado, 30 de outubro de 2010

Crônicas Fantásticas: Episódio 2 - O Homem que Não Tinha Conserto

Adamastor Moura fora uma criança que nascera com defeito. Seus pais haviam esperado nove anos para tê-lo, o que foi conseguido com muita obstinação e por meio de dietas draconianas e tratamentos médicos intermináveis. Sua mãe se submeteu ao suplício de viver à base de proteínas vegetais e grãos, reduziu os carboidratos refinados na sua rotina alimentar e descartou a ingestão de qualquer tipo de comida polisaturada e que contivesse gordura trans. Fez indução de ovulação, com injeções de hormônio aplicadas pelo médico da família, o que não lhe trouxe resultados, e pensou em inseminação artificial. Mas o marido foi prontamente contra a idéia de fazer by-pass nos preceitos ensinados por sua igreja, de modo que abandonaram a opção por completo antes mesmo de considerá-la sob algum ponto de vista.


Nem as rezas do pastor nos sermões dominicais de desobssessão, nem os chás curativos de uma avó indígena e tampouco as mandingas de uma mãe-de-santo da vizinhança pareciam surtir efeito e causar qualquer mudança no quadro de infértil produção da futura mãe de Adamastor e no destino do casal, aparentemente, malfadado a viver sem rebentos. “Por que vocês não tentam o PDG, um exame médico capaz de identificar embriões portadores de doenças,” sugerira alguém da família. “O sofrimento será menor se souberem que não podem gerar filhos saudáveis.” Porém, contrariando todos os prognósticos multireligiosos e os diagnósticos científicos da medicina, numa época de grave desengano e profunda desilusão, o casal por fim recebeu o resultado positivo de um exame de gravidez, realizado às pressas depois do primeiro enjoo desde que ela começou a enfrentar o martírio das privações alimentares e as imprevisões das visitas médicas quinzenais.

Sete meses mais tarde, a equipe médica deu luz a Adamastor. Mas o rebento nasceu com um defeito de fábrica e passou semanas na oficina da maternidade, esperando peças para o coração, dormitando num quadro clínico que exigia uma recalchutagem complicada e completa. E para piorar ainda mais, os técnicos não conseguiam avaliar com precisão a causa do mal funcionamento das suas artérias e o mantiveram em observação por um longo tempo, o que era possível sem custos, pois ao receberem a criança, seus pais optaram por pagar a diferença e ter uma garantia estendida de cinco anos. Aquele primeiro conserto não corresponderia, no entanto, nem a um terço dos problemas técnicos que Adamastor Moura viria a apresentar mais tarde. Depois de trocar algumas artérias logo na entrega do produto, a criança precisou mais tarde trocar algumas peças do braço ao cair de bicicleta. Para piorar, o acidente aconteceu dois dias depois do término da garantia de cinco anos, de modo que seus pais agora tiveram de desembolsar uma nota fabulosa para a oficina especializada naquele tipo de conserto, porque, como se não bastasse o transtorno de ficar sem usar a criança, as peças do braço tinham que ser importadas e isso levava algum tempo, pois o pedido tinha que ser feito online e as peças enviadas por correio num prazo de trinta dias. 

Os pais de Adamastor conviveram com vários outros problemas técnicos apresentados pelo filho na infância, trocando e atualizando tudo que era necessário. Todos os anos, faziam a revisão geral para seguirem com a licença do usuário em dia, até que a criança cresceu e assumiu seus próprios consertos. Mas Adamastor se tornou um adulto problemático. Seu desleixo causava transtornos de funcionamento e muitas peças que precisavam de reciclagens ficaram obsoletas e caíram em desuso. Tentou alguns relacionamentos, mas boa parte do seu mecanismo enferrujado não funcionava conforme prometido no ato da compra e todo o equipamento acabava sendo trocado por outro mais novo e mais atualizado. Foi aos poucos perdendo valor de mercado e se tornando uma mercadoria difícil de ser vendida, de modo que Adamastor não casou nem teve filhos, como era seu desejo. Esquecido em algum cômodo do seu apartamento, ou frequentemente jogado no sofá, ele não tardou a perder suas funções e enferrujar de vez. Sem reciclar suas peças mais débeis e trocar o que era preciso, ele foi aos poucos sendo esquecido por si mesmo e se tornou uma peça sem função. Quando o encontraram quatro meses mais tarde, não prestava mais para nada e foi levado para um antiquário, onde foi vendido como peça de antiguidade.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Contraponto Multidimensional

O contraponto na música é uma técnica usada na composição, onde duas ou mais vozes melodicas são compostas levando-se em conta, simultaneamente; a qualidade intervalar e harmônica gerada pela sobreposição das duas ou mais melodias (Wikipedia). Na realidade multidimensional, o contraponto ocorre quando duas realidades são compostas simultaneamente pela consciência, na condição de EQM, a Experiência de Quase Morte.

EQM - Experiência de quase-morte é a projeção involuntária, forçada, que ocorre em casos de morte clínica, doenças terminais ou acidentes, em que o paciente ou acidentado se vê fora do corpo, acessa outras dimensões e, depois, retorna ao corpo. Em inglês, é conhecido por Near-Death Experience (NDE). Pode significar um sinal para a retomada de tarefas importantes e também desencadear uma série de reciclagens dos pensamentos, sentimentos e energias (www.iipc.org). 

Segundo os estudos, as experiências de quase-morte têm características similares, independente da formação cultural, intelectual ou da situação econômica dos pacientes. Independem até mesmo da idade, pois há casos específicos de ocorrência com crianças. Iniciam sempre com acidentes cardiovasculares, afogamentos, choques elétricos, complicações anestésicas em cirurgias, atropelamentos, etc. Os pacientes trazem todos os sintomas de morte clínica. Ao mesmo tempo em que médicos, familiares e amigos, estão fazendo de tudo para socorrer as vítimas, estas flutuam sobre o seu corpo físico, acompanham os acontecimentos e percebem que possuem um outro corpo, diáfano, transparente, e que sua consciência acompanha este novo corpo, de natureza espiritual.

O jornalista, pesquisador e professor de Projeciologia e Conscienciologia, Amaury Pontieri, falou sobre EQM no programa "Ciência & Consciência" do Tom Martins da TV Complexis. http://www.complexis.org

PARTE 1


PARTE 2


PARTE 3


PARTE 4


PARTE 5


PARTE 6

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Participe do I Congresso de Autopesquisologia - de 13 a 15 de Novembro de 2010 - Rio de Janeiro-RJ

O I Congresso Internacional de Autopesquisologia acontece do dia 13 a 15 de nvembro no Hotel Barra Windsor, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. O evento é pioneiro na cidade, de grande importância e reúne os melhores trabalhos na área no momento. Paralelamente ao congresso, vários mini-cursos completam a programação: Técnicas Assistenciais, Estado Vibracional - Domínio Energético, Desenvolvimento dos Chacras e Práticas da Projeção Lúcida.

Para aqueles que ainda podem fazer a sua inscrição e querem maiores informações, acessem o site do IIPC (www.iipc.org) e bom congresso a todos!

Crônicas Fantástica: Episódio 1 - A Viúva Cujo Marido Não Morreu

Dona Guilhermina perdeu o marido há 8 anos. Desde então se tornou um mulher de poucas palavras, triste, retraída, sorumbática e dissidente de si mesma, que encontrou no isolamento a sua maneira de viver sossegada a própria dor. Ao lado do único homem com quem viveu como esposa, ela havia completado 45 anos, no dia em que tentou se jogar na sepultura dele, para que não o deixassem lá sozinho. Seu amor sempre fora incondicional. Dedicou-se a ele como se nenhuma outra coisa no mundo lhe importasse mais. Com ele, teve cinco filhos, que ela gerou mais pelo forte lado paterno do marido do que por sua vocação materna.

Guilhermina Sobral fora uma criança que poucos a viram brincando sozinha. Estar consigo mesma lhe perturbava tanto que seus pais, a fim de conseguir companhia para a filha, impuseram que a empregada tivesse filhos pequenos, na idade de Guilhermina, para ser contratada. Quando estava sozinha, a criança não se bastava. Procurava distrair a atenção dos pais no que quer que estivessem fazendo, chamava amigas por telefone, gostava de perambular pela área social do prédio à procura de companhia e, em casa, sem os pais, importunava a empregada nos afazeres do trabalho, para que ela lhe desse atenção. Havia uma necessidade premente de estar com alguém, de modo que fazer amizades para Gulhermina sempre fora a sua habilidade mais natural.

O marido ela conheceu no colégio em que estudou os últimos anos do colegial. Tinha então o sonho de ser médica, mas quando finalmente começou a se relacionar com ele mais seriamente, abandonou seus sonhos para construir o de ser apenas sua esposa. Isso implicava trocar a carreira de médica pela de mulher do lar e nunca demonstrou arrependimento ou remorso com a decisão.  Ao casar-se, deixou os estudos na faculdade e passou a se aprimorar na arte de agradar o marido. Fez curso de culinária, corte e costura, organização sistemática do lar, lavagem a seco, pastelaria, orçamento familiar, massagem tailandesa e investiu o dinheiro dele numa imersão de três semanas em confeitaria, pois bolos, tortas e sobremesas em geral era uma das coisas que mais dava prazer a ele à mesa. Não poupou esforços para tornar seu marido um homem mais feliz dentro de casa.

Por outro lado, ele nunca deixou de prover o lar do sustento básico e criou os cinco filhos em boas escolas e com farta alimentação. Era um pai dedicado, que reservava uma parte do seu dia para estar de fato com as crianças. Nos fins de semana, ele mesmo as levava para passear, enquanto Guilhermina aproveitava para descansar das atribuiçõess da família. Mas, nas poucas horas em que ele ficava com as crianças, Gulhermina sentia-se só. O único momento em que ela aceitava bem a sua ausência era durante as horas em que ele estava no trabalho, pois ela mesma havia treinado a mente para superar a carência dele nesses momentos. Segundo ela, a sua vida se resumia a estar do lado dele e servi-lo. Nada mais. Não importava-lhe seus sonhos, objetivos e opiniões, desde que corroborassem com o que agradava a ele e com o que ele concordava. Atendia aos comandos do marido cegamente, sem nunca perguntar se podia questioná-los, pois acreditava que a opinião dele era suficiente para guiar sua vida.

Quando o marido morreu, o chão se abriu, o mundo perdeu o rumo e a vida o sentido. Gulhermina se resumiu a uma mulher abandonada e desgraçada, que nada mais significava além de um fardo para si mesma e sua existência caiu no limbo das lamentações. Evocava o falecido todos os dias, reclamava sua ausência, o seu próprio destino e nutria a esperança de reencontrá-lo no além. "Quero morrer para me encontrar contigo," dizia. Na tentativa de mantê-lo vivo, conservou intactos todos os álbuns da família em que havia fotos dele e do casal. Manteve o guarda-roupa dele fechado, com todas suas roupas guardadas como ele havia deixado, muitas ainda com o perfume de musk que ele usava, para que ela identificasse o cheiro dele impregnado no tecido. "Se pudesse teria o enterrado no quintal da nossa casa," considerava ela, "para que algo da tua matéria escapasse todos os dias da sepultura e atenuasse a minha carência." Durante os oitos anos de separação, Guilhermina não deixou um dia sequer de lembrar-se do falecido, de lamentar a sua morte e evocar a sua presença. Nem mesmo os filhos conseguiam penetrar no universo hermético no qual a mãe havia se metido desde a morte do marido.

Para Guilhermina, o marido não havia morrido e ela o manteve vivo o quanto pôde. Mas no dia em que sua filha chegou para uma visita e encontrou a mãe falando sozinha com o falecido pai, ela estremeceu, acreditando que ele havia ressuscitado ou que a sua morte tivesse sido um engano. O colóquio era tão atualizado que Guilhermina lhe cobrava coisas que não haviam acontecido na época em que ele morreu. A filha evitou entrar na casa para que pudesse ouvir um pouco mais aquela conversa assombrosa e tivesse a certeza de que o estado da mãe finalmente inspirava cuidados médicos. Foi o que aconteceu. O médico da família chegou no dia seguinte e receitou comprimidos para manter Guilhermina cedada a maior parte do dia. Junto com o médico, na semana seguinte, os filhos enviaram um parapsicólogo, que se dedicou a ouvir a viúva e suas estórias de solidão duas vezes na semana. Ao fim de um mês, ele havia coletado tantos dados importantes sobre a personalidade obscura de Gulhermina, que descobriu que ela falava a verdade e estava muto longe da loucura que os filhos afirmavam ter sucumbido a mãe. O falecido de fato perambulava pela casa há oito anos e vivia com a mulher como se nunca tivesse morrido, compartilhando as conversas do dia-a-dia e trazendo-lhe notícias do além. Contava-lhe sobre seus planos para quando ela morresse, sobre a mudança que a morte lhe causou, sobre sua própria saudade e o desconforto de não poder tocar a esposa como gostaria. Disse que há 8 anos sofria o mal da separação e que se recusava a encarar o éter sem a companhia da mulher e que, por isso, a esperava pacientemente do outro lado, para continuar o que haviam iniciado há 53 anos atrás, antes que fosse tarde demais e ambos morressem de amor e solidão. Mas Gulhermina não sabia disso, porque o parapsicólogo não lhe confessou o que percebia na atmosfera da casa. Para ela, o marido não havia ainda deixado esse mundo.


sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O Engano Neoliberal

A teoria neoliberal marcou as transformações ocorridas em escala mundial na década de 80. Os ideólogos do neoliberalismo, ou do novo liberalismo que se reeditava com base nas experiências do passado e as exigências da então economia mundial, já estavam escrevendo suas idéias desde as décadas de 50 e 60. Mas só com o fim da Guerra Fria o cenário mundial permitiu a implantação do sistema, para desespero dos países pobres e em vias de desenvolvimento.




A nova face da economia mundial, que estabelecia um retorno ao liberalismo econômico, tinha três objetivos básicos. (1) o desmonte do Estado de Bem Estar, criado com a finalidade de dar melhores condições de vida aos operários do mundo capitalista. No vácuo deste objetivo estava a intenção de anular uma possível influência comunista e o perigo de uma revolução dentro dos países capitalistas. O trem fantasma do novo sistema político mundial apresentava medidas drásticas contra a classe assalariada, como cortes de direitos conquistados, da previdência social, de salários, sistemas de saúde, de educação. Tudo passou a ser considerado como despesas do Estado que precisavam ser cortadas para baixar o custo da produção, aumentar o lucro burguês e capitalizar a economia dos países. (2) a redução da participação do Estado na vida econômica dos países, feita através de um programa de desestatização com a venda de empresas estatais, incluindo aquelas com recursos considerados estratégicos, para a iniciativa privada e grupos transnacionais. E (3) a abertura das economias em desenvolvimento para os produtos dos países desenvolvidos e o fim das barreiras alfandegárias, o que possibilitava a livre circulação das mercadorias por diversos países.

Não demorou para que os países começassem a cumprir as orientações norte-americanas e entrassem num processo de venda de todo o patrimônio público, conquistado pela luta de várias gerações antecedentes. O Brasil foi um desses países. Ao final do grande saldão das empresas estatais, os países continuaram endividados e sem ter como investir em seu crescimento e desenvolvimento. Nações em desenvolvimento, como o Brasil, não tiveram outra opção além de pedir empréstimos ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, numa tentativa desesperada de reerguer suas economias. Foi assim que a instituição financeira passou a controlar as condições para os empréstimos e as metas de crescimento econômico, condição para a negociação e a obtenção do dinheiro. Com os países em desenvolvimento endividados e amarrados ao FMI, a nova realidade gerou cortes nas verbas da educação, da saúde, do sistema previdenciário e afetou também a criação de empregos e gerou recessões calamitosas, diferenças sociais, aumento da violência, da criminalidade, a destruição de famílias inteiras nos países pobres e por fim a derrocada das economias.

As consequências do neoliberalismo foram tão drásticas que o conceito de Estado-nação, fundamentado na autodeterminação dos povos e na autonomia dos países, entrou em colapso. Na nova conjuntura, não são mais os governos nacionais que decidem a forma de desenvolvimento dos seus países, mas os especuladores e financistas americanos, que passaram a determinar o destino de milhões de pessoas. Isso fazia com que os países perdessem sua capacidade de investimento e de resolução dos seus problemas sociais, que cresciam em proporções aladas. No Brasil, o governo passou a buscar meios para corrigir suas diferenças sociais e encontrou respaldo na criação de leis baseadas no que foi chamado de ações afirmativas, as quais visavam corrigir o tratamento desigual criado na sociedade.


Após o primeiro tsunami neoliberal no mundo nos anos 80 e os primeiros respingos dessa onda no Brasil recebidos no governo Collor, Fernando Henrique Cardoso assumiu a presidência em 1995 com a cartilha neoliberal debaixo do braço, a popularidade em alta e sem oposição relevante além daquela que havia derrotado nas últimas eleições. Ele retornou às privatizações iniciadas por Collor, com a intenção de promover um Estado mínimo, contrariou seu passado de esquerda, com o pretexto de que o mundo havia mudado, e, com isso, atualizou suas idéias de se fazer política. O programa de privatizações de FHC superou em muito o de seus antecessores. Enquanto a oposição acusava o governo de vender o país a preços promocionais, o governo, por sua vez, defendia-se com a desculpa de que as estatais só davam prejuízo e aumentavam a dívida pública, de maneira que vendê-las ia trazer dinheiro para os investimentos necessários na educação, saúde e infra-estrutura. Mas o processo de racionalização iniciado por Collor deu seus frutos mais amargos no período de FHC. A modernização e mecanização dos meios de produção extinguiam-se ao invés de criar postos de trabalho. O desemprego em seus dois governos nunca sofreu queda e o dinheiro da venda das estatais foi usado para amortizar os juros das dívidas internas e externas, que continuavam a crescer. Da intenção de alocar investimentos para a educação, saúde e infra-estrutura sobraram apenas cortes nos orçamentos destinados a essas áreas. A venda das estatais acabou por tirar do governo a condição de investir e fomentar o crescimento do país e a maior prova da falta de investimentos de recursos aconteceu no final do governo, quando houve a crise de abastecimento de energia, provocando falta e racionamento de energia elétrica em todo o país, no período conhecido por apagão.


FHC pode ter assentado as bases para a consolidação da economia ainda sob os efeitos promissores do Plano Real e de outras realizações importantes do seu governo, como a Lei de Responsabilidade Fiscal, criada com o objetivo de conter os gastos nas administrações públicas e punir os abusos feitos com o dinheiro público. Mas o país agonizava quando Lula assumiu o poder em 2003, sem a maioria no Congresso Nacional. O país então sofria com um enorme desemprego, uma economia entrando em recessão, com o risco da volta da inflação, uma dívida pública imensa e milhares de famílias brasileiras vivendo abaixo da linha da pobreza. Eis a herança do FHC! Os recursos do país haviam sido reduzidos a quase zero, uma vez que os investidores internacionais estavam temerosos com a eleição do Lula e pararam de aplicar dinheiro por aqui até que a poeira baixasse e eles pudessem ver melhor quem era o matutão, ex-sindicalista, quase analfabeto que estava então assumindo o poder.


A herança neoliberal, um imenso cavalo de tróia para a gestão Lula, queria o fim do Estado-empresário. Para os neoliberais, as economias não crescem porque os impostos sufocam os empresários e os impedem de investirem seus recursos na economia, o que, consequentemente, impede o crescimento econômico. Assim, o desemprego assolapa as esperanças dos trabalhadores por uma vida melhor, restando apenas o sonho de que um dia, quem sabe, o país volte a crescer independentemente da existência de um estado de bem estar. O caminho do neoliberalismo foi bastante facilitado, porque, naquele momento, o mundo vivia uma crise de identidade. As democracias latino-americanas adotaram o modelo neoliberal porque sua história de dependência econômica não as permitiu recusar o modelo indicado pelos organismos financeiros internacionais.  O problema é que sociedades com graves questões de distribuição de renda e com uma população marcada por privações, de uma hora para outra, perderam o auxílio que os governos lhes concediam. O desemprego, o arrocho salarial e a falta de perspectivas de melhorias na condião de vida fizeram com que um grande número de pessoas dos países pobres buscasse atividades ilegais, informais e até criminosas como meio de sobrevivência.



A globalização tem os seus percalços drásticos em sociedades como a nossa. Não podemos destituir do atual governo, entretanto, o mérito de ter feito o país crescer economicamente desde 2004, a partir desse quadro calamitoso, e também de ter criado benefícios para as camadas mais pobres da população, mesmo que isso tenha significado tarefa da consolação, criando dependência finaceira e uma estrada para a corrupção nos órgãos públicos responsáveis pela distribuição de recursos. Uma pena que essa mesma estrada tenha extrapolado todos os limites legalmente, e eticamente, possíveis e criado a má impressão deixada por sucessivos escândalos. Mas o que nos resta agora além de dois candidatos fadados à presidência que, de alguma forma, parecem perdidos nessa estrada incerta ainda pavimentada com os remendos neoliberais? Paciência. A resposta só teremos daqui a quatro anos.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O Fardo da Beatificação

Algumas figuras no cenário político brasileiro tiveram ao longo da história um respaldo popular tão fiel que se eternizaram não apenas por suas conquistas governamentais, mas, sobretudo, pelos benefícios da condição de mito criado em torno dos seus nomes. 


De Getúlio Vargas a Lula, a construção do mito pela devoção popular gerou, entretanto, mais equívocos e engodos do que mártires ilibados. Em presidentes como Jânio Quadros e Collor de Mello, por exemplo, vê-se a construção equivocada do mito ou santo. Essa vulnerabilidade herdada da religião e aplicada na política é uma crença de risco e coloca, às vesperas de mais uma eleição nacional, a questão filosófica do homem na busca perene por um salvador. Não seria exagerado comparar tal devoção àquela que se tem por ditadores como Fidel Castro de Cuba e Kim Jong il da Coréia do Norte, ou mesmo por aspirantes à ditadura como Hugo Chávez da Venezuela, em que o respeito passa a ser adoração. Afinal de contas, eles são governantes onipotentes e onipresentes, que paternizam com mão de ferro uma prole que precisa incontinenti das ordens de um comandante para caminhar, posto que ainda é incapaz de pensar sem o julgo de um líder absoluto. Talvez política e religião tenham aqui o seu ponto de confluência, uma vez que a síndrome do divino se revela na política com a mesma dependência beatifícia dos fiéis seguidores, criando, assim, para esses políticos, o papel de intercessor com o criador.

Os créditos conquistados com algumas benfeitorias populares pontuais são indeléveis para os comandados amauróticos. A massa crítica padece diante das promessas políticas na falta de uma atualização da imagem e em detrimento da postura de se buscar o melhor para todos. Mas sejamos sensatos: não podemos esperar do outro aquilo que o outro não pode nos dar. Enquanto a vulnerabilidade humana, que ainda anseia por vantagens individuais, descaracteriza o coletivo e reparte a humanidade em fragmentos conscienciais, só nos resta respeitar os limites generalizados e procurar fazer a nossa parte para o coletivo: ensinando e compartilhando ideias. Contudo, a tentativa de investigar a raiz de tal devoção na política pode gerar massa crítica em âmbito coletivo. Questionar a razão que faz a maioria do povo brasileiro tomar por divina a imagem de um presidente e ser fiel não apenas ao seu caudilho, mas a todo e qualquer um que este endorse seu apoio é um desafio construtivo. Afinal de contas, temos que nos preparar psicologicamente para uma era de governo do avatar do Lula, Dilma Rousseff.

Em época de eleição, na mesma medida em que a devoção popular por seus mitos e santos se fortalece diante dos arroubos dos palanques, nos cultos acalorados dos comícios, os políticos se empenham em chacoalhar a borra no fundo do copo do outro e a imprensa corre desesperadamente para alertar à população a não confundir essa borra com polpa de fruta. A recente história de Erenice Guerra é uma evidência disso. Erenice escalou o topo da República, levada pela mão de Dilma Rousseff, saindo da obscuridade numa diligência impensável. Não tardou muito e foi agraciada com o posto de fiel escuderia de Dilma. Ao tornar-se uma seguidora leal, absorveu prontamente o seu modus operandi e montou ela mesma o dossiê FHC na Casa Civil. Ainda sob as deconfianças de funcionária suspeita, passou ao posto de ministra, encarnando uma representação inconteste de Dilma Rousseff.

Porém, apesar de todo o escândalo há poucos dias revelado, dando conta de que um sócio do filho de Erenice achou R$ 200 mil em dinheiro em seu gabinete na Casa Civil e mesmo depois que a imprensa espalhou a notícia de que o marido de Erenice era diretor de uma empresa que ganhou o aval do governo para disputar e ganhar um negócio de R$ 100 milhões na telefonia celular, apesar do governo ter atestado que a empresa dele não tinha estrutura para o negócio, o povo continua achando que Erenice é apenas uma boa mãe e esposa fiel, deixando Dilma ilesa diante de toda essas maledicências políticas inaceitáveis. O caso de Erenice não deveria causar na opinião pública ao menos um minuto de reflexão? Parece que não, uma vez que o nosso presidente-pastor disse dias atrás, num comício petista em Campinas, que "nós (do governo) somos a opinião pública."Impressionante.

Mas como todo e bom santo sofre de vicissitudes no irremediável restringimento físico, o presidente não foge à regra. Com 84% de popularidade, segundo às últimas pesquisas de opinião, a frase do presidente não parece um desvario (será que nessas pesquisas os votos brancos e nulos contam a favor do governo?). Bem, não vamos tornar a nossa análise mais complexa do que ela já parece ser. Restam apenas 16% da população para dar ao presidente uma condição de santidade maior do que a teve e ainda tem Jesus Cristo para seus fiéis seguidores cristãos há 2010 anos! - posto que Jesus não conseguiu, ao longo desse tempo, conquistar a unanimidade. Parece inacreditável que, aos olhos do povo, essa popularidade lulista só tenha subido ao longo dos últimos anos. A conclusão desafortunada desta triste reflexão é a de que as únicas reformas imperativas e urgentes parecem longe de acontecer, pois elas nada mais são do que as reformas de caráter por parte dos políticos e de lucidez e discernimento por parte da população.

Ao escolhermos os nossos governantes não podemos endorsar a esperteza e o sucesso a qualquer custo, apoiar aqueles que destestam o trabalho social, que buscam o acesso ao patrimônio público para proveito pessoal, que almejam os cabides de emprego e os cargos fantasmas, que criam infindáveis dinastias nos cargos públicos, que valorizam a justiça só quando a justiça lhes é vantajosa, que só reclamam dos privilégios quando não estão incluídos entre os privilegiados, que enriquecem através dos negócios sujos com o Estado, que vendem seus votos por uma camiseta, uma dentadura ou o benefício do bolsa família, que são incapazes de refletir, comover-se e indignar-se diante das infâmias cometidas contra aqueles que realmente precisam do apoio do Estado na saúde, na educação e na segurança, que é a camada mais pobre e humanamente dependente dos órgãos federais. Não há contra-indicações no ato de refletir. A atitude de cada um em benefício de todos é assistencialidade na prática em alto nível.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Um Minuto e Quatorze Segundos de Silêncio

Leandro Santos de Paula (18), é morador do conjunto habitacional Nelson Mandela, na Zona Norte do Rio de Janeiro, região pobre conhecida como Faixa de Gaza carioca. 

No ano passado, Sérgio Cabral e a então secretária de Ação Social do Rio, Benedita da Silva, apareceram em seu bairro. A visita era para comemorar um projeto habitacinal que combina entrega de notebooks para famílias carentes. Leandro não estava inscrito no programa, mas resolveu pedir um notebook para ele mesmo assim. Segundo Leandro, Sérgio Cabral prometeu entregar o seu notebook. Porém, como nenhum computador apareceu, ele resolveu cobrar. Para isso, muniu-se de uma camera de vídeo e gravou as suas cobranças. Em dezembro do ano passado, Leandro ficou sabendo que Cabral e Lula fariam uma visita em Manguinhospara inaugurar um complexo esportivo. Com sua camera, ele resolveu comparecer e acabou gravando uma conversa muito mais reveladora, pois os políticos não sabiam que estavam sendo filmados. Aqui, não havia o filtro dos assessores, a diplomacia epidérmica dos discursos oficiais, os cuidados com a imagem, nem os textos das entrevistas para a imprensa. Aqui, havia somente um garoto da classe pobre cobrando ao governador do estado e ao presidente do país algo que lhe foi prometido.

Texto: Revista Época, edição 639, 16 de agosto de 2010, páginas 13-14; Vídeo: YouTube (http://www.youtube.com/watch?v=Vzg0_kSsJFc&feature=related), cedido pelo Blog do Ricardo Gama.


sábado, 18 de setembro de 2010

A Consciência do Voto

Com a aproximação da data das eleições este ano, a avalanche de promessas só é comparada à de denúncias a alguns dos candidatos políticos, restando a velha e boa pergunta: em quem posso confiar ? A priori, todo candidato deveria apresentar um curriculum de realizações e formação política, seu passado e sua conduta expressos abertamente a todos de forma a corroborar com aquilo a que ele se propõe. Isso certamente eliminaria um bom número deles, pois, nessa época, não há nada mais divertido do que assistir ao horário eleitoral. O que faz a grande maioria daqueles candidatos julgar que são capazes de assumir cargos políticos para exercer tão somente a representação das necessidades e anseios da sociedade ?  


Lamentavelmente, a impressão que se tem é a de que, em geral, o político brasileiro realmente luta para conquistar ou manter o poder, viver de mordomias e despesas pagas e pegar a sua fatia da grande pizza propineira, tendo apenas como compromisso fazer aqui e ali algumas propostas políticas estratégicas como forma de marketing pessoal para servir de ponte para o próximo mandato, visto que os problemas se repetem, as necessidades da sociedade são as mesmas e as promessas nunca foram plenamente cumpridas. O mais sério a refletir, entretanto, antes de decidirmos a quem dar o nosso voto, é sobre a veracidade das informações de abuso de poder, corrupção e mal prática política de alguns candidatos, sobretudo, aqueles que concorrem a cargos presidenciais, governamentais e congressistas.

Esta semana surgiu na internet o texto de Arnaldo Jabor, publicado no site da CBN e mais tarde retirado por ordem do presidente Lula. A jornalista Dora Kramer comentou o fato no jornal Estadão de domingo. “A decisão do TSE que determinou a retirada do comentário de Arnaldo Jabor do site da CBN, a pedido do presidente 'Lula,' até pode ter amparo na legislação eleitoral, mas fere o preceito constitucional da liberdade de imprensa.” Abaixo, leia o texto de Jabor na íntegra.

A Verdade Está na Cara, Mas Não se Impõe – Arnaldo Jabor

O que foi que nos aconteceu? No Brasil, estamos diante de acontecimentos inexplicáveis, ou melhor, 'explicáveis' demais. Toda a verdade já foi descoberta, todos os crimes provados, todas as mentiras percebidas. Tudo já aconteceu e nada acontece. Os culpados estão catalogados, fichados, e nada rola. A verdade está na cara, mas a verdade não se impõe. Isto é uma situação inédita na História brasileira! Claro que a mentira sempre foi a base do sistema político, infiltrada no labirinto das oligarquias, mas nunca a verdade foi tão límpida à nossa frente e, no entanto, tão inútil, impotente, desfigurada!

Os fatos reais: com a eleição de Lula, uma quadrilha se enfiou no governo e desviou bilhões de dinheiro público para tomar o Estado e ficar no poder 20 anos! Os culpados são todos conhecidos, tudo está decifrado, os cheques assinados, as contas no estrangeiro, os tapes, as provas irrefutáveis, mas o governo psicopata de Lula nega e ignora tudo! Questionado ou flagrado, o psicopata não se responsabiliza por suas ações. Sempre se acha inocente ou vítima do mundo, do qual tem de se vingar. O outro não existe para ele e não sente nem remorso nem vergonha do que faz!

Mente compulsivamente, acreditando na própria mentira, para conseguir poder. Este governo é psicopata!!! Seus membros riem da verdade, viram-lhe as costas, passam-lhe a mão nas nádegas. A verdade se encolhe, humilhada, num canto. E o pior é que o Lula, amparado em sua imagem de 'povo', consegue transformar a Razão em vilã, as provas contra ele em acusações 'falsas', sua condição de cúmplice e Comandante em 'vítima'! E a população ignorante engole tudo... Como é possível isso?

Simples: o Judiciário paralítico entoca todos os crimes na Fortaleza da lentidão e da impunidade. Só daqui a dois anos serão julgados os indiciados - nos comunica o STF. Os delitos são esquecidos, empacotados, prescrevem. A Lei protege os crimes e regulamenta a própria desmoralização Jornalistas e formadores de opinião sentem-se inúteis, pois a indignação ficou supérflua. O que dizemos não se escreve, o que escrevemos não se finca, tudo quebra diante do poder da mentira desse governo.

Sei que este é um artigo óbvio, repetitivo, inútil, mas tem de ser escrito...
Está havendo uma desmoralização do pensamento. Deprimo-me: Denunciar para quê, se indignar com quê? Fazer o quê?' A existência dessa estirpe de mentirosos está dissolvendo a nossa língua. Este neocinismo está a desmoralizar as palavras, os raciocínios. A língua portuguesa, os textos nos jornais, nos blogs, na TV, rádio, tudo fica ridículo diante da ditadura do lulo-petismo. A cada cassado perdoado, a cada negação do óbvio, a cada testemunha, muda, aumenta a sensação de que as idéias não correspondem mais Aos fatos!

Pior: que os fatos não são nada - só valem as versões, as manipulações. No último ano, tivemos um único momento de verdade, louca, operística, grotesca, mas maravilhosa, quando o Roberto Jefferson abriu a cortina do país e deixou-nos ver os intestinos de nossa política. Depois surgiram dois grandes documentos históricos: o relatório da CPI dos Correios e o parecer do procurador-geral da república. São verdades cristalinas, com sol a Pino. E, no entanto, chegam a ter um sabor quase de 'gafe'.

Lulo-Petistas clamam: 'Como é que a Procuradoria Geral, nomeada pelo Lula, tem o desplante de ser tão clara! Como que o Osmar Serraglio pode ser tão explícito, e como o Delcídio Amaral não mentiu em nome do PT ? Como ousaram ser honestos?' Sempre que a verdade eclode, reagem. Quando um juiz condena rápido, é chamado de exibicionista'. Quando apareceu aquela grana toda no Maranhão (lembram, filhinhos?), a família Sarney reagiu ofendida com a falta de 'finesse' do governo de FH, que não teve a delicadeza de avisar que a polícia estava chegando...

Mas agora é diferente. As palavras estão sendo esvaziadas de sentido. Assim como o stalinismo apagava fotos, reescrevia textos para contestar seus crimes, o governo do Lula está criando uma língua nova, uma neo-língua empobrecedora da ciência política, uma língua esquemática, dualista, maniqueísta, nos preparando para o futuro político simplista que está se consolidando no horizonte. Toda a complexidade rica do país será transformada em uma massa de palavras de ordem , de preconceitos ideológicos movidos a dualismos e oposições, como tendem a fazer o Populismo e o simplismo.

Lula será eleito por uma oposição mecânica entre ricos e pobres, dividindo o país em 'a favor' do povo e 'contra', recauchutando significados que não dão mais conta da circularidade do mundo atual. Teremos o 'sim' e o 'não', teremos a depressão da razão de um lado e a psicopatia política de outro, teremos a volta da oposição Mundo x Brasil, nacional x internacional e um voluntarismo que legitima o governo de um Lula 2 e um Garotinho depois. Alguns otimistas dizem: 'Não... este maremoto de mentiras nos dará uma fome de Verdades'!

sábado, 11 de setembro de 2010

Auto-evolução Relevante

A vida física restringe a percepção de que a realidade à nossa volta é apenas o reflexo de um universo multidimensional complexo, de intricadas teias interrelacionais e com uma vasta história de evolução consciencial, origem de muitas das características pessoais que possuímos e utilizamos hoje.





O entendimento de que somos hoje o produto mais atualizado de nossa história pluriexistencial faz com que a maturidade consciencial assuma uma condição integral, cósmica, ampla e universalista, e, de modo lúcido, percebendo que somos uma minipeça desse maximecanismo, administramos nossas possibilidades de maneira definitivamente assistencial e pró-evolutiva.

A maturidade integral é mais do que a maturidade cronológica, psicológica e biológica. O processo de construção da maturidade psicológica e biológica se faz com o aprendizado nas experiências da vida humana, através essencialmente das atividades manuais, intelectuais e psicomotoras, no convívio social e por meio do proceso da fala. A aquisição de tais habilidades, no entanto, restringe-se ao condicionamento físico humano, ao ambiente em que o ser humano atua, ao tipo de crescimento a que é submetido e aos estímulos intelectuais oferecidos. A medida de lucidez conhecida por con, entretanto, estende a aquisição de habilidades físicas a domínios pluriexistenciais, próprios da consciência, por meio de sua holomemória. A recuperação de cons traz para o uso diário habilidades de existências pretéritas, conquistadas ao longo de muitas séries de vida física anteriores.

A holomaturidade começa quando começamos a nos perceber como 
 uma consciência em evolução num universo multidimensional.


Normalmente, a consciência na dimensão física vive sem sequer manifestar 50% do seu conhecimento pluriexistencial. Não conta com o seu próprio potencial adquirido em vidas anteriores e vive subtraída de suas funções essenciais, também conhecidas como cons magnos, elementos que serão fundamentais para o desenvolvimento e execução de sua programação existencial e sem os quais a compreensão que a consciência pode ter de si mesma torna-se alijada e parcial. O entendimento do Ciclo Multiexistencial Pessoal (CMP) envolve o conhecimento do nível evolutivo pessoal real, dos traços fardos ainda existentes no microuniverso pessoal, das potencialidades pessoais ainda não aproveitadas, a linha básica da programação existencial, a importância do parapsiquismo no atual patamar evolutivo, a importância das companhias extrafísicas e das priorizações na vida humana.

A recuperação de cons qualifica as nossas experiências intrafísicas e acelera o processo evolutivo, interferindo diretamente na maneira como lidamos com a realidade física. Quando conseguimos nos ver como uma consciência em evolução, a realidade intraconsciencial passa a priorizar a sua programação existencial, pois sabe com clareza suficiente a que veio. A holomaturidade influencia igualmente as parapercepções do universo interconsciencial e a qualidade das nossas interrelações. Além disso, submetidos à lei das afinidades, somos atraídos por nossos pares. A lucidez com que consegiumos enxergar a nossa realidade pessoal definirá a qualidade das nossas companhias intra e extrafísicas. Por outro lado, as imaturidades influenciam negativamente nossas parapercepções e nos levam ao equívico interpretativo das realidades intra e extrafísicas, quando não à cegueira intraconsciencial.

A holomaturidade influencia igualmente as parapercepções do universo 
interconsciencial e a qualidade das nossas interrelações

O Código de Cosmoética Pessoal (CPC) exerce um papel fundamental na nossa qualificação pessoal evolutiva, assim como na qualidade tanto das nossas companhias como daquilo que estimula nossos interesses. Melhoramos nossas escolhas porque elas priorizam o que deve ser feito pro-evolutivamente. Alcançamos progresso com nossas atitudes, maximizamos nossos potenciais e ampliamos nossa visão periférica com inteligência evolutiva, o que, por sua vez, faz uso coerente da teática conscienciológica - teoria e prática. A prática da Autoconscientização Multidimensional (AM) é sinal claro de que atingimos a holomaturidade.