Bem vindo ao Via Consciência, um blog dedicado à comunicação conscienciológica, onde o ser humano em evolução é o principal tema de pesquisa.

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terça-feira, 13 de março de 2012

MUITO PRAZER, MEU NOME É DEUS

A velha discussão sobre a existência ou não de Deus parece não ter fim. Nos últimos anos, livros falando sobre o assunto se multiplicaram nas prateleiras das livrarias e alguns viraram best-sellers, como Deus Não é Grande de Christopher Hitchens, Deus - Um Delírio de Richard Dawkins, O Fim da Fé de Sam Harris e Onde a Religião Termina?, um grande legado das suas experiências como frei do autor Marcelo da Luz.

Religião e ciência nunca estiveram tão frente a frente como nos tempos atuais. Creio que os avanços tecnológicos, onde tudo é possível monitorar, medir, equalizar, esquadrinhar nos dias atuais, tenha imbuído pesquisadores a alçar voos mais altos no âmbito da ciência para explicar a existência de um ser capaz de gerar todo o universo em que vivemos. Se o esforço por uma resposta cientificamente convicente vale a pena cabe aos que acreditam nela avaliar. Mas há algumas implicações nessa pesquisa que não devem passar em branco.

Não poderia afirmar que a ciência esteja engajada em pesquisas para provar a existência de Deus. Mas o contrário: comprovar que ele, de fato, é fruto de uma criação religiosa, pois, enquanto experimental e objetiva, é sensato pensar que os cientistas não esperam ter com o divino nenhuma prosa em algum lugar do universo e trazer lá as evidências definitivas da sua existência. Quebrar esse mito para a humanidade confusa ou colocar caraminholas na cabeça dos crentes, no entanto, me parece uma tarefa cruel, para não dizer um empreendimento arriscado, pois Deus tem sempre sido uma espécie de babysitter evolutiva.

Se todos se libertassem da certeza de que suas vidas estão seguras nas mãos de um criador, quem restaria com semelhante poder para conter os desmandos do instinto humano? A evolução humana retrocederia pelo viés da despacificação e o mundo padeceria da falta de sinais vermelhos. A grande maioria da humanidade precisa ser conduzida no mundo da espiritualidade, não há maturidade espiritual, discernimento suficiente nem tampouco autonomia intraconsciencial para escolhas evolutivas pessoais. A essência da fé é a dependência que ela cria naqueles que acreditam. Por mais incoerente que a fé possa ser, ao representar uma crença sobre algo de que não se tem qualquer vestígio de prova, e se pudesse provar não mais se trataria de crença, ela é necessária na atual conjuntura evolutiva humana.

A espiritualidade não passa pela religião. O homem é inerentemente um ser espiritual. A sua comunicação com o mundo imaterial se dá a todo momento, em todas as horas do dia, com as influências energéticas de consciências afins, sejam elas desse mundo ou do outro. Algumas evidências são claras e básicas se o homem tornar-se um autopesquisador. Fenômenos como a telepatia, pensar o que alguém está pensando, o deja vu, ter a sensação de já estado em um local ou de já ter vivido uma determinada cena, a captação de ideias que sabemos ter surgido "do nada", a intuição, a premonição, prever acontecimentos, e até mesmo a projeção da consciência, experiência única que muitos já viveram durante uma noite de sono ou mesmo durante a luz do dia, são algumas das provas peremptórias que o autopesquisador vivencia sem deixar em si rastro de dúvida.

A religião é de propriedade da Igreja. E todo o esforço da catequese era com o intuito da dominação para se chegar ao poder ao lado da monarquia. Traduzida do hebraico para o grego, depois para o latim e então para inúmeras outras línguas modernas, a Bíblia é um registro de mensagens de telefones sem fio, é o livro que a Igreja quer que você acredite e um tratado de relatos, contos, lendas, fábulas e histórias contadas a seguidores que mais tarde as recontaram à sua maneira e assim repassando cada vez de maneira mais deturpada os acontecimentos da época, de modo que, hoje, quem poderia afirmar a veracidade dos fatos descritos nela? Quem seria insenato a esse ponto? Experimente contar uma história a alguém e pedir que a pessoa passe a mesma história a 10 outras pessoas para ver como a sua história vai chegar na décima pessoa. Multiplique isso por todos que reescreveram a Bíblia ao longo da história e irá ter ideia do que eu quero dizer.

Mas quem, com a mente dominada pelos ensinamentos religiosos, é louco o bastante para não acreditar em Deus? O mínimo movimento de largar a mão do criador é suficiente para ver do outro lado a mão peluda e de unhas afiadas do diabo esperando o seu contato, porque o medo também foi criado com as dicotomias religiosas: céu e inferno, bem e mal, Deus e o diabo, luz e trevas, santos e pecadores etc. É o certo ditado pela Igreja contra o errado ditado pelos hereges, sem meio termo nem senso crítico. O medo é uma poderosa ferramenta de dependência física e espiritual. Desde Jesus Cristo, que monopolizou o acesso ao Pai, até os santos que dominaram os milagres, tudo parece girar em torno de poucos escolhidos que pregam em altares e rezam pela maioria privada de opinião.

Depois da riqueza conquistada com a exploração do ouro e a prata das Américas, a Igreja Católica se atualizou na sua forma de gerar dinheiro e hoje funciona também como empresa. Mas ela não é a única. Os islãs cobram 2,5% da renda do fiel,  a Igreja Alfa o salário de um mês, a Universal do Reino de Deus 10%, o famoso dízimo, a Igreja Mórmon também cobra 10% da renda dos seus seguidores e a Cientologia se dá ao luxo de cobrar somas aleatórias. Essa é uma parte importante da isca espiritual e uma verdadeira mina de ouro na era moderna. Templos gigantescos são construídos com esse dinheiro a fim de abarcar mais fiéis, redes de televisão são compradas para a disseminação efetiva dos ensinamentos, com transmissão de cultos e debates entre pastores. E, paradoxalmente, as Igrejas que mais extorquem são as que têm mais fiéis. Quanto mais você paga, mais crente você se torna!

Mas sejamos sensatos: não se pode tirar isso de quem se submete a isso. Quem disse que este planeta não é um planeta-hospital? Antes do deocídio e de vermos a humanidade assumir a sua própria evolução, com base em princípios e valores éticos realmente auto e hetero-assistenciais, já seria um grande avanço para as vidas inteligentes deste planeta-enfermaria a ascenção dos religiosos à categoria de consciências que colocam em prática qualidades como a tolerância, o universalismo, o fraternismo e a convivialidade sadia. 

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