No Livro VII da obra A República, Platão fala do Mito da Caverna, um dos textos mais lidos no mundo filosófico. Platão criou a alegoria para mostrar o quanto os homens estavam presos a crendices e superstições. O texto certamente ainda é válido nos dias atuais, pois o homem nunca foi menos dependente de crendices, dogmas, superstições e paradigma retrógrados.
O mito fala de alguns homens que viviam numa caverna e ficavam voltados para o fundo dela. Eles contemplavam uma restia de luz que refletia sombras no fundo da parede da caverna. Esse era o mundo daqueles homens. Porém, certo dia, um deles resolveu mudar seu paradigma pessoal e tomou uma atitude contra aquela condição mimética de ser. Ele resolveu voltar-se para o lado de fora da caverna e inicialmente ficou cego por causa da intensa claridade da luz. Quando conseguiu enxergar, adaptando-se à nova claridade, ele vislumbrou um outro mundo, com natureza exuberante, cores vivas, imagens diferentes daquela a que ele estava acostumado até então, e imediatamente voltou para contar aos demais a sua descoberta. Infelizmente, os outros homens não acreditaram nele e, revoltados com a mentira, o mataram.
A partir da alegoria de Platão, nos colocamos diante do fato de que muitas são as cavernas em que as nossas verdades se encontram. Tais verdades podem ser classificadas como pertencentes ao universo das crenças e superstições, podem ser herdadas hierarquicamente, absorvidas em contextos sociais, emprestadas de dogmas religiosos e tradições culturais milenares. Somos um produto do meio de tal forma que este meio assume quem de fato somos, determina nossos pensamentos e condutas, molda nossa capacidade de interpretação e entendimento da realidade e nos faz consumir a vida como quem consome produtos enlatados. Sobre isso, vale a pergunta: de tudo que sei e adoto como verdade hoje, quantas dessas certezas foram criadas realmente e tão somente por mim ? e em quantas definitivamente sou um mero instrumento de crença?
O professor de Filosofia e História Geral e do Brasil, Pablo Carneiro, diz que, "ao materializar e contextualizar o entendimento desse mito platônico é possível debater sobre o resgate de valores como família, amizade, direitos humanos, solidariedade e honestidade, que podem parecer como reflexões do mundo real." A reflexão é extremamente proveitosa na re-construção da consciência, na remoldagem do pensamento, a fim de resgatar valores talvez esquecidos como originalidade e autencididade e o comando pessoal da própria vida.
O mito de Platão enfatiza a alienação humana, a falta de lucidez e a precariedade do uso do discernimento. O fundo da caverna é uma consequência do comodismo e da pre-disposição ao engano, uma clara autosabotagem que deixa as verdades relativas de ponta gravitando na órbita de novas "crenças."
Mário seu blog é espetacular, show, not°10 desejo muito sucesso em sua caminhada e objetivo seu Hiper blog e que DEUS ilumine seus caminhos e da sua família
ResponderExcluirUm grande abraço e tudo de bom
Ass:Rodrigo Rocha
Muito obrigado, Rodrigo.
ResponderExcluirUm Grande abraço, Mário de Sá